Briga por quórum: Câmara alega debate entre líderes; Senado vê boicote
A disputa do governo por quórum, número mínimo para abrir comissões mistas, teve início nesta terça-feira
atualizado
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Com comissões instaladas sob suspeita de boicote, os deputados se defenderam das acusações dos senadores e afirmaram que estavam reunidos para fecharem as tratativas sobre as relatorias das medidas provisórias. Três comissões mistas foram estabelecidas nesta terça-feira (11/4) para análise de medidas provisórias editadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A instalação ocorre após semanas de impasse sobre o rito das medidas.
Inicialmente, os senadores avaliaram que não haveria quórum suficente para a MP da reestruturação ministerial e acusaram os deputados de “boicote”. Segundo os parlamentares do Senado, não houve cumprimento do acordo firmado para instalação dos colegiados mistos. Após uma hora de atraso, os grupos foram instalados após a chegada de deputados para compor o número mínimo do quórum para abertura dos colegiados.
“O boicote que foi feito pelos líderes da Câmara está confirmado agora”, disse o senador Otto Alencar antes do início da sessão no Congresso.
A resposta dos deputados, porém, foi de que havia uma reunião de líderes na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Nós estávamos reunidos para buscar um acordo, em reunião com os deputados líderes e o presidente Lira. É muito impostante deixar claro que não houve movimento de obstrução. Acabou demorando um pouco mais do que esperávamos; por isso, o atraso na hora. Mas este não foi o objetivo”, disse o líder do MDB, Isnaldo Bulhoes.
Instalação das comissões mistas
As comissões criadas nesta terça vão analisar, ao longo das próximas semanas, as seguintes medidas editadas pelo governo federal: reorganização da Esplanada dos Ministérios, recriação do programa Minha Casa, Minha Vida, e recriação do Bolsa Família.
Durante a instalação dos colegiados, foram definidos o presidente das comissões e o relator das matérias, além da composição dos grupos, formados por 12 deputados e 12 senadores (veja o resultado abaixo).
O Congresso Nacional tem até 120 dias para analisar e votar as medidas para que elas não percam a validade.