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BRF é acusada de oferecer a funcionários carne imprópria para consumo

Comida com embalagens violadas e até mesmo frango podre teriam sido enviados com o objetivo de produzir refeições para empregados da empresa

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1 de 1 imagem colorida fachada brf - Foto: Reprodução/Facebook

Acusada no âmbito da 3ª fase da Operação Carne Fraca por supostamente fraudar laudos para omitir a presença de bactérias nas carnes e depois revendê-las aos mercados brasileiro e externo, a empresa BRF, dona da Sadia e Perdigão, enfrenta nova acusação. Desta vez, a denúncia veio de dentro das próprias instalações da companhia. A informação é do jornal O Livre.

A BRF tentou usar a mesma fraude pela qual foi denunciada na Carne Fraca dentro dos seus refeitórios para alimentar seus funcionários, conforme dados da ação que corre na 1ª Vara de Lucas do Rio Verde (MT).

De acordo com a reportagem, embalagens de carne sem nenhuma identificação de origem ou prazos de validade, comida com pacotes violados e até mesmo frango podre teriam sido enviados com o objetivo de produzir refeições para os trabalhadores da planta de Lucas do Rio Verde, a maior da BRF em Mato Grosso.

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 259, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diz que todo alimento deve ser identificado com informações, como a lista de ingredientes, lote, prazo de validade, entre outros. No caso dos refeitórios da BRF, algumas carnes chegavam em uma embalagem azul – como mostram as fotos –, em uma possível negligência às regras impostas pela Anvisa.

As acusações foram protocoladas na Justiça pela empresa NVM Comércio de Refeições Ltda, então terceirizada para tocar os restaurantes de algumas plantas da empresa, em maio de 2017 — dois meses depois de a 1ª fase da Carne Fraca ser deflagrada pela Polícia Federal.

Na denúncia, porém, consta que dossiê acerca da precariedade da estrutura e equipamentos do refeitório de Lucas do Rio Verde foi enviado ao alto escalão da empresa ainda em 2016. Antes, portanto, da operação. Esse documento resultou em novas denúncias, então protocoladas na Justiça, afirma o texto.

No processo, foram anexadas fotos da tela de celular de uma conversa ocorrida entre um representante da NVM e um diretor da BRF, ainda em novembro de 2016. A tentativa de alerta teria sido ignorada.

A fonte a quem os alertas chegaram, meses depois, ganharia as manchetes das principais publicações do país. Trata-se do então diretor da BRF André Luís Baldissera, preso na 1ª fase da Carne Fraca por supostamente ter atuado junto a um dos chefes de fiscalização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a fim de que a unidade da BRF em Mineiros, Goiás, não fosse fechada após terem sido encontrados traços da bactéria salmonela em produtos.

Outro lado
Indagada sobre os motivos pelo quais o diretor da empresa não teria tomado providências ao receber o dossiê com informações a respeito das irregularidades, a BRF disse, via assessoria de imprensa, que a citação no processo foi feita em 19 de julho de 2017, “após o afastamento de André Luiz Baldissera de suas funções na companhia, em 17/03/2017”. A petição inicial, no entanto, é de 2 de maio do referido ano e o dossiê foi enviado ainda em novembro de 2016 ao executivo, conforme consta no processo.

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