Braskem: governo de Alagoas pede suspensão da venda da petroquímica
Em reunião no TCU, governador Paulo Dantas defende que vítimas de toda a região metropolitana sejam indenizadas antes da venda da Braskem
atualizado
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O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), esteve em Brasília (DF) nesta quarta-feira (26/7) para discutir com o Tribunal de Contas da União (TCU) os acordos financeiros firmados pela petroquímica Braskem. A atuação da empresa provocou o afundamento do solo em diversos bairros de Maceió (AL) , que precisaram ser esvaziados.
Dantas conversou com o ministro do TCU Aroldo Cedraz, relator da representação encaminhada pelo governo alagoano e pelo Senado Federal que contesta as pactuações. O governador defende a suspensão da venda da petroquímica antes do ressarcimento das vítimas afetadas pelo desastre.
“O desastre empurrou boa parte das cerca de 60 mil vítimas para as cidades vizinhas. Elas não foram ouvidas nem devidamente indenizadas. Não dá para vender a Braskem sem dar este ressarcimento”, argumentou Paulo Dantas.
Ele criticou o acordo entre a Braskem e a prefeitura de Maceió, que teria desconsiderado indenizações devidas a 12 cidades nos arredores da capital. A compensação de R$ 1,7 bilhão foi anunciada na última sexta-feira (21/7).
Paulo Dantas também pontuou os prejuízos do estado frente ao desastre: “O estado foi impactado diretamente com a perda de postos de saúde e escolas desativadas, um hospital psiquiátrico e uma central da Samu, além de uma perda brutal de arrecadação do ICMS daquela região”.
Por fim, o governador criticou a parte do acordo que transferiria cerca de 40% dos imóveis da capital à Braskem. “É o maior case imobiliário especulativo do mundo. A empresa que cometeu um crime ambiental sem precedentes pode lucrar bilhões de reais em alguns anos. O acordo simplesmente faz o causador do desastre lucrar, e a vítima, pagar o preço”, apontou.
Relembre o caso
Em 2018, um projeto de extração de sal liderado pela Braskem causou o colapso do solo em Maceió, o que levou cerca de 55 mil pessoas a deixarem suas casas e seus negócios.
Mais de 14 mil imóveis foram condenados em cinco bairros da capital de Alagoas: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol. O afundamento do solo abriu rachaduras em ruas, prédios e casas.
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