Brasília tem manifestação menor e mais rápida por “Fora, Bolsonaro”
Grupos de oposição ao governo fizeram segundo protesto do mês. Protesto, porém, atraiu menor participantes que o de 3 de julho
atualizado
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Manifestantes se reuniram no Museu Nacional, em Brasília, neste sábado (24/7), pela segunda vez em menos de um mês, para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre gritos de “Fora, Bolsonaro”, os grupos contrários ao atual governo acusam o chefe do Executivo de “corrupção” e “genocídio” na gestão do combate à pandemia da Covid-19.
O movimento, que reúne organizações políticas e entidades sociais, ganhou impulso no país após as denúncias de corrupção envolvendo a atual gestão na compra de vacinas. Em Brasília, contudo, a presença de manifestantes foi bem menor do que em 3 de julho. Menos de duas horas depois do começo, o ato já estava na dispersão.
Quando a manifestação foi convocada, por meio das redes sociais, os organizadores salientaram a necessidade de cuidados em meio à pandemia, como o uso de máscara, distanciamento e uso de álcool em gel. No entanto, há aglomeração no local.
Os músicos Bruna Dornellas e Pedro Rabelo afirmam que a manifestação é importante no momento em que o governo se encontra envolto por denúncias de corrupção, em especial em relação à pandemia.
“Em contraponto às outras manifestações, esta se mostra mais tranquila, já que muitas pessoas estão vacinadas e, agora, podem ir às ruas mostrar a opinião do povo brasileiro e pedir o impeachment de Bolsonaro”, disseram.
O líder da Casa da Cultura (CDC) Sessions, Yuri Pleno, criticou a falta de políticas voltadas para o setor cultural. “Estamos em um momento em que a democracia está sendo ameaçada. Por isso, o papel dos agentes culturais é defendê-la com a presença nas ruas”, falou.
“Como coletivo, estamos nos organizando para tentar reconectar a cultura com a rua, uma vez que o Ministério da Cultura não existe e volta a ser rua”, declarou Yuri Pleno.
“Tivemos mais de 500 mil mortes. Estamos aqui nesse ato ‘Fora, Bolsonaro’ porque não aguentamos mais ver nosso sangue jorrando. Vidas negras importam”, disse a representante do Movimento Conexão Afro, Mel Colonna.
Protestos pelo mundo
Os protestos contra o atual governo ocorrem por todo o país e pelo mundo, e receberam novo impulso depois das denúncias sobre propina envolvendo o contrato de compra de vacinas Covaxin. As acusações partiram do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e do irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.
Além do Brasil, os atos foram registrados na Alemanha, no Reino Unido, em Portugal, no Japão e na Áustria.
4 de julho
O primeiro protesto no mês de julho, contra o presidente Jair Bolsonaro, ocorreu no dia 4, menos de 24 horas após a ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a abertura de inquérito contra o chefe do Executivo por prevaricação.
Inicialmente, os atos estavam previstos para ocorrer apenas neste sábado, mas foram antecipados por causa dos acontecimentos polêmicos envolvendo Bolsonaro.