Brasileiros vacinados em Portugal relatam alívio e “inveja” de amigos
Cerca de 790 médicos e 245 enfermeiros brasileiros atuam na área da saúde em Portugal. Alguns deles relatam mais segurança com a vacina
atualizado
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Alguns brasileiros que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal e já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 relatam que estão sentindo uma mistura de alívio, esperança e um tipo de privilégio.
Médicos, enfermeiros e funcionários administrativos, que atuam na linha de frente, contam que causaram uma certa “inveja” nos colegas de saúde que atuam no Brasil, pois ainda não sabem quando serão imunizados.
Até quinta-feira (31/12), os profissionais da saúde que atuam em Portugal, entre eles 791 médicos e 245 enfermeiros brasileiros, deverão receber a dose inicial da vacina Pfizer/BioNTech. A segunda dose também é gratuita e será aplicada com um intervalo de 21 dias.
A enfermeira carioca Luana Thomé trocou o Méier por Portugal há três anos para buscar segurança e uma educação melhor para a família. Ela contou que a imunização também mostra que ela encontrou saúde. As informações são do Extra.
“Fiquei aliviada por ser uma das primeiras a receber o imunizante”, informou Luana. ” Deu uma inveja boa (nos colegas do Brasil), que gostariam do mesmo suporte. Fomos pioneiros e eles nem sabem se vão receber a vacina, (em alguns casos) o salário”, destacou.
Ela trabalha no Hospital São João, em Porto. A unidade recebeu o primeiro paciente com Covid no país, em março e a escolha para a dose inaugural do imunizante, no diretor de infectologia António Sarmelo, foi simbólica.
O mineiro Guilherme Guedes é assistente operacional, função de apoio aos médicos e enfermeiros, recebeu a vacina na tarde de domingo (27/12), no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Ele postou uma foto do momento da vacinação e uma seguidora comentou que aquilo era o sonho para ela.
“Foi uma amiga enfermeira, lembrando que não há previsão (de vacinação) no Brasil”, afirmou.
Guilherme conta que a vacina trouxe maior segurança para retornar ao Brasil e visitar a família. “Pessoas desistiam de ir lá em casa quando souberam que eu trabalhava em hospital. É um alívio. A vacina traz esperança de um 2021 diferente”, conclui.
Também assistente operacional, a goiana Ivani Coimbra tem atuado na área reservada para pacientes diagnosticados com Covid-19 e se sente privilegiada com a vacina.
“Digo que é um privilégio pois sei que nem todo o mundo terá a oportunidade neste momento”, conta a assistente operacional.