Brasileiros estão isolados em 90 países e sem previsão para volta
Pandemia de coronavírus impede a repatriação, alega IItamaraty. Mãe e filha que estavam no Peru conseguiram voltar para casa após 16 dias
atualizado
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O fechamento de fronteiras, devido à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, mantém brasileiros isolados em 90 países.
A situação tem deixado diplomatas tensos. A falta de estrutura, como voos comerciais, impede a repatriação dos brasileiros. A volta para casa, segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por enquanto não tem data certa.
Segundo o Palácio do Itamaraty, 6,5 mil brasileiros ainda estão isolados pelo globo, sendo a maior concentração em Portugal, com 1,5 mil pessoas.
O índice representa 41% do total dos brasileiros que ainda não conseguiram voltar para casa. Dos 15,7 mil que estavam fora, 9,2 mil já foram repatriadas, de acordo com o mais recente boletim, divulgado em 31 de março.
O principal desafio, segundo Itamaraty, é garantir coisas básicas, como alimentação e abrigo. Em alguns casos, as pessoas estão alojadas em aeroportos e dependem da solidariedade de outros brasileiros.
Atualmente, o governo brasileiro monitora a situação com o apoio da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e do Ministério do Turismo.
Para se ter dimensão da gravidade do problema, o Itamaraty não sabe ao certo quantos brasileiros estão em cada país.
“Devido à natureza dinâmica da situação e das ações que são realizadas paralela e simultaneamente por embaixadas e consulados ao redor do mundo, com evolução constante, não podemos fornecer a informação detalhada por país”, informa, em nota.
Volta para casa
A próxima operação de repatriação ocorrerá nesta sexta-feira (03/04). Cerca de 750 brasileiros que vivem ou estão em viagem na Bolívia serão trazidos para o Brasil pela região da fronteira entre os dois países em Corumbá, cidade distante 428 quilômetros de Campo Grande.
De acordo com o Consulado do Brasil, em Santa Cruz de La Sierra, 517 pessoas saíram nesta quinta-feira (02/04) com a chegada na fronteira de Corumbá prevista para esta sexta-feira.
Alívio
A analista de marketing Amanda de Souza Viana, de 33 anos, e a mãe dela, a servidora pública Nice de Souza Viana, de 59, finalmente chegaram em casa após 16 dias de incertezas.
O leitor conheceu a história delas em 22 de março, quando o Metrópoles mostrou que as duas estavam isoladas no Peru.
Nesta quarta-feira (01/04), Amanda e Nice chegaram em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, onde vivem.
“Chegamos graças a Deus! É um alívio 16 dias depois. Tem gente no Peru ainda, chega dá um aperto no coração”, pondera. Mãe e filha voltaram para o Brasil em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) – foto em destaque.
Se para muitos brasileiros ainda não há data da volta para casa, o governo também não sabe quanto será gasto no processo de repatriação.
“Não temos como prever, no momento, um prazo para o retorno de todos os brasileiros, nem como fornecer custos finais de uma operação ainda em andamento”, conclui a nota do Itamaraty.