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Brasileiros integram assalto milionário no Paraguai. Veja detalhes

Grupo, com participação de brasileiros, utilizou túnel de 180 metros; alvo do crime foi Associação dos Trabalhadores de Câmbio do Paraguai

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imagem colorida assalto associaçao cambista paraguai
1 de 1 imagem colorida assalto associaçao cambista paraguai - Foto: Reprodução/Fantástico/TV Globo

Com a participação de brasileiros em ação cinematográfica e ousada em Cidade do Leste, na fronteira do Paraguai, criminosos construíram um túnel de 180 metros, por mais de um ano, sem que ninguém percebesse e roubaram milhões de um cofre de doleiros paraguaios. O alvo foi a Associação de Trabalhadores de Câmbio do Paraguai.

Imagens obtidas pelo Fantástico, da TV Globo, mostram os criminosos deixando o local com as caixas cheias de dinheiro. Até o momento, o valor total levado pelos bandidos não foi determinado, mas a estimativa é que seja entre US$ 2 milhões e US$ 16 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 80 milhões.

Os investigadores paraguaios dizem que já identificaram três suspeitos: o casal que alugou o imóvel e um homem que teria ligação com o PCC, facção criminosa envolvida em vários assaltos a banco no Brasil.

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Túnel tinha 180 metros
Grupo criminoso levou dinheiro em caixas
Segundo a polícia, foram encontrados explosivos ao longo do túnel
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Criminosos abriram mais de 140 cofres e levaram todo o dinheiro

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Túnel tinha 180 metros

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Grupo criminoso levou dinheiro em caixas

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Segundo a polícia, foram encontrados explosivos ao longo do túnel

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Trabalho cuidadoso

O trabalho realizado pelos criminosos foi feito sem pressa e de forma cuidadosa. O local do crime é próximo à rua mais movimentada da cidade, e a ação dos suspeitos não chamou a atenção das autoridades paraguaias.

No país vizinho, cambistas são como são conhecidas as pessoas que trabalham negociando moeda estrangeira nas ruas. São doleiros que guardam dinheiro no cofre da associação, localizado em um ponto estratégico da cidade.

Conforme aponta a investigação, os ladrões colocaram o plano em prática no fim de 2022. A quadrilha alugou um imóvel e montou um negócio de fachada: uma loja que vendia camisetas esportivas durante o dia; à noite, o lugar servia como base para construir o túnel, que tem 180 metros e passa por baixo de um banco.

O cofre roubado fica no subsolo de uma espécie de quiosque. Ao chegar lá, por baixo da terra, os criminosos quebraram uma parede lateral na sala do cofre. Tiveram acesso às 148 gavetas – que são cofres menores. Cada cambista paraguaio tem a sua. Todo o dinheiro foi levado, inclusive ouro de 120 delas.

“Nunca (tinha acontecido), em 32 anos que temos um cofre”, disse o presidente da associação, Walter Fernandez. “É inacreditável, como vai atravessar a rua? Atravessaram três ruas, um edifício e um banco”, completou ele.

De acordo com a polícia paraguaia, apenas três doleiros procuraram a delegacia. O presidente da associação diz que os relatos de cifras mais altas podem prejudicar os cambistas – que precisariam comprovar a origem de todo esse dinheiro.

Na obra complexa, os criminosos cavaram um poço vertical de 7 metros de profundidade para começar o túnel. Na primeira parte, são 100 metros num espaço de mais ou menos 70 cm de altura por 70 cm de largura, onde só é possível rastejar.

No trecho em que o terreno é mais rochoso, fizeram uma pequena curva e, em seguida, começaram a escavar os últimos 27 metros para cima, numa subida íngreme, até chegar à sala do cofre da associação dos cambistas.

Travessia complicada

A equipe do Fantástico não conseguiu acesso ao túnel, mas conversou com policiais que entraram no buraco. Segundo eles, foram mais de três horas rastejando para cruzar 180 metros, em meio a umidade, lama e até esgoto. Um deles conta que teve dificuldade para respirar e não era possível ouvir nada.

Para fazer o ar circular dentro do túnel, os criminosos usaram ventiladores e abriram caminho com ferramentas especiais, como brocas com ponta de diamante e dinamite líquida.

A comunicação era feita por um telefone com fio. Os agentes também se depararam com uma armadilha deixada pelos criminosos: explosivos, que só não foram detonados com a presença deles porque faltou um conector no sistema.

Policiais brasileiros investigam

O banco sobre o túnel tem sensores de movimento, os quais foram acionados algumas vezes à noite, enquanto os criminosos trabalhavam no túnel. A polícia paraguaia era acionada automaticamente com o disparo do alarme e se dirigiu até o local para fazer a checagem, mas não encontrou nada.

A Polícia Federal brasileira já auxilia nas investigações e monitora outros dois suspeitos, também ligados ao PCC, que seriam os chefes do ataque à associação dos cambistas. Um deles já foi preso por assalto a banco, e o outro é investigado por tráfico de armas.

“Essas pessoas têm ligação comprovada com a organização criminosa. Então, nós estamos investigando a possibilidade de que eles teriam orquestrado esse furto”, revela Marco Smith, delegado-chefe da Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR).

Os investigadores já sabem que, no período de construção do túnel, eles cruzaram várias vezes a fronteira com o Paraguai.

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