Brasileiras presas: MJ envia inquérito sobre troca de malas à Alemanha
De acordo com a Secretaria Nacional de Justiça, pedido para compartilhamento de provas foi integralmente cumprido na quinta-feira (6/4)
atualizado
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Goiânia – O Secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, afirmou, por meio das redes sociais, que enviou oficialmente às autoridades alemãs as provas da inocência das goianas, Jeanne Paollin e Kátyna Baía, de forma integral. As duas estão detidas no país europeu há um mês após terem as malas trocadas no aeroporto por bagagens com drogas.
Na última quarta-feira (5/4), as duas tiveram a prisão mantida pela Justiça de Frankfurt após audiência de custódia. De acordo com o gabinete de Assuntos Internacionais de Goiás, que acompanha o caso, um juiz alemão pediu que as provas obtidas pela Polícia Federal durante a investigação fossem enviadas pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty. Durante a audiência, o juiz informou que a PF enviou o inquérito via adida aduaneira.
Ainda segundo as autoridades alemãs, há fortes indícios de que as brasileiras são mesmo inocentes, no entanto, elas querem ter acesso a todos os vídeos obtidos pela Polícia Federal e ao inquérito completo, com a prisão dos suspeitos, antes de soltá-las.
Sobre o episódio envolvendo duas brasileiras presas na Alemanha, informo que o @JusticaGovBR, através da Secretaria Nacional de Justiça, recebeu hoje um pedido de compartilhamento de provas vindo das autoridades alemãs e já deu integral cumprimento ao pedido.
— Augusto de Arruda Botelho (@augustodeAB) April 6, 2023
Dificuldades
Também por meio das redes, a advogada das brasileiras, Luna Provázio, disse estar confiante na soltura das brasileiras. “Como advogada, e em nome das brasileiras e da família, agradeço imensamente a proatividade dos envolvidos que viabilizaram a agilidade no encaminhamento das provas pelas vias oficiais. Estamos confiantes que está cada vez mais próximo o momento em que a Justiça Alemã irá soltá-las e inocentá-las”, afirmou.
Ainda de acordo com a jurista, Jeanne e Kátyna têm relato dificuldades na prisão. Segundo a advogada, as duas relatam solidão, já que estão em celas separadas, saudades dos familiares e ainda muito frio, já que a penitenciária não fornece roupas adequadas e elas tiveram todos os bens pessoais apreendidos.
Jeanne e Kátyna são um casal e estão juntas há mais de 17 anos. Amantes de viagens, elas compartilham, pelas redes sociais, registros de diversos passeios internacionais que já fizeram, como o Deserto do Atacama, no Chile; a capital argentina, Bueno Aires e ainda a capital francesa, Paris.
Kátyna é mestranda em Movimento Humano e Reabilitação, e também fundadora de uma academia de ginástica em Goiânia. Em seu perfil, ela costuma publicar fotos do trabalho que realiza relacionadas à saúde e bem-estar.
Já Jeanne é médica-veterinária formada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), residente de Cirurgia no Hospital Veterinário da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em cirurgia de tecidos moles. Com mais de 10 anos de profissão, ela também compartilha a rotina profissional por meio das redes.
Prisão
As duas goianas estão presas desde o dia 5 de março numa penitenciária feminina de Frankfurt. Elas foram presas após terem a etiqueta da bagagem trocada por malas com drogas. O caso foi revelado nessa terça-feira (4/4), após uma operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) para combater uma nova forma que traficantes estão usando para levar cocaína para a Europa.
As bagagens de Jeanne e Kátyna foram despachadas no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, mas as etiquetas das malas foram trocadas no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). As bagagens originais das passegeiras ainda não foram encontradas.