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Brasileira pede proteção policial após relatar agressão em Portugal

De acordo com a brasileira, as pessoas que testemunharam as agressões se limitaram a tirá-la do local, sem impedir os agressores

atualizado

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Arquivo pessoal/Portugal Giro
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1 de 1 imagem colorida brasileira delegacia portual - Foto: Arquivo pessoal/Portugal Giro

A brasileira Maria Gabriela de Carvalho Ribeiro Alves, pesquisadora e curadora da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, em Portugal, pediu proteção à polícia do país após ser agredida.

A mulher, conhecida como Gabi, faz curadoria de eventos na Casa Odara, centro cultural e de apoio a imigrantes no Porto e afirma que foi golpeada por trás por um homem. “Fui agredida por trás com um golpe na nuca. Pisotearam minha mão e atingiram minhas costelas enquanto estava caída no chão. Estou tremendo até agora”, disse ela em entrevista ao Portugal Giro.

Na manhã desta quarta-feira (25/9), ela esteva ao lado do advogado Diogo Bove e do cabeleireiro Jhon Kennedu Pereira da Silva em uma delegacia no centro do Porto, para fazer um boletim de ocorrrência. De acordo com ela, a agressão foi xenofobia.

Medo

Segundo a brasileira, ela e Jhon, que trabalha na Casa de Odara, temem novas agressões. De acordo com ela, no momento em que era agredida, questionou os autores da violência se iriam “bater em mulher”. Gabriela afirma que os homens não queriam ser filmados porque têm histórico de violência.

Conforme o advogado Diego Bove, após ser prestada a queixa, a delegacia já encaminhou o caso para exame ao Instituto Médico-Legal. A proteção poderá ser decidida pela polícia, que tem os agressores identificados, ou pelo Ministério Público.

“A conclusão de que houve crime está muito fácil, tem muito vídeo e foi tudo muito rápido hoje na delegacia. Outro caminho é direcionar petição a um juiz criminal e o Ministério Público assume. Eu passo a ser assistente de acusação e posso pedir proteção, o que fatalmente vou fazer”, disse o advogado.

Ainda nesta quarta-feira (25/9), às 18h30 (às 22h30, no horário de Brasília), haverá uma manifestação de repúdio à xenofobia em frente à Casa Odara. Gabi contou que os trabalhadores brasileiros estão com medo porque receberam denúncias de ligação dos agressores com grupos de ultradireita.

“A Casa Odara não está segura, ninguém está seguro, porque não é um caso isolado. Sabemos que há pessoas se mobilizando contra imigrantes em Portugal e recebemos relatos de possíveis vínculos com organizações extremistas”, aponta ela.

Ainda de acordo com Gabi, as pessoas que testemunharam as agressões se limitaram a tirá-la do local, sem impedir os agressores. “Eles estão sempre aqui na rua. Estavam de olho na gente há algum tempo e fazem ameaças à Casa Odara no vídeo. Perguntei se iriam bater em mulher e isso não impediu. Eu, mulher branca, em plena luz do dia, ser agredida assim”, declarou ela.

Em seu Instagram, Jhon publicou uma sequência de stories, em que relata as ameaças à Casa Odara. “Achei interessante vir contextualizar. Porque é sobre a existência não só minha e da Gabi, mas da Casa Odara e o que representa. Fica nítido no vídeo a ameaça sobre a existência da Casa Odara. Ele disse com todas as letras que sabia quem era a gente e que a casa era ilegal” disse ele, completando: “Gabi está desestabilizada. Foi uma descarga do que pensam da nossa existência ali”.

Apesar do medo, eles garantem que vão continuar trabalhando.

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