Brasil ultrapassará EUA em pessoas totalmente imunizadas em nove dias
País já superou Estados Unidos em percentual de população com ao menos uma dose e vê a distância encurtar no esquema completo de vacinação
atualizado
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Com 55,2% da população devidamente imunizada contra o coronavírus, o Brasil se aproxima dos Estados Unidos em relação ao número de pessoas que completaram o esquema vacinal contra a Covid-19. Se mantido o atual ritmo da campanha nos dois países, a quantidade de brasileiros que já tomaram as duas doses ou a aplicação única ultrapassará, no próximo dia 13 de novembro, o índice de norte-americanos que receberam o fármaco.
Dados do consórcio de veículos de imprensa* apontam que 117.805.832 brasileiros foram imunizados até a noite de quinta-feira (5/11). Os EUA têm 56,9% da população vacinada, segundo informações do Our World in Data, mantido pela Universidade de Oxford.
Considerando a média da última semana nos dois países, o Brasil ultrapassará os EUA em habitantes com o ciclo completo de vacinação em nove dias. A imunização dos brasileiros tem avançado a um ritmo de 0,23 ponto percentual (p.p.) a cada 24 horas, enquanto os Estados Unidos têm visto essa taxa crescer de maneira mais lenta – 0,02 p.p. a cada dia.
Os indicadores percentuais permitem uma comparação mais justa com relação aos vacinados, dada a disparidade da densidade populacional nas duas nações.
A campanha nacional começou oficialmente no dia 17 de janeiro deste ano, quando a primeira dose da Coronavac, fabricada pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, foi aplicada.
Em 1º de setembro, o Brasil superou o país norte-americano no percentual de vacinados com ao menos uma dose contra a Covid-19, e assim continuou. Até o momento, 72,5% da população brasileira foi imunizada parcialmente. Entre os estadunidenses, o total é de 66%.
No total, o governo federal já distribuiu 334,9 milhões de vacinas e aplicou a primeira dose em 155.177.415 brasileiros. Disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pelo consórcio de veículos de imprensa, esses índices foram coletados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles.
“Os Estados Unidos têm um forte movimento antivacina, e isso explica a estagnação na imunização”, explica o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro.
Segundo o profissional, o movimento de pessoas contra a vacina da Covid-19 também ocorre no Brasil, mas a cultura do país ainda incita a população a procurar os postos de saúde para receber o fármaco. “Sempre apresentamos números positivos em campanhas de imunização, e isso, ainda bem, continua”, afirmou.
Ribeiro relembra que, para especialistas, a imunidade coletiva é considerada garantida apenas quando mais de 80% da população já completou o ciclo vacinal.
* O consórcio de imprensa é composto pelos veículos G1, O Globo, Extra, Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e Uol.
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