Brasil teve 4 mortes de grávidas vacinadas; 1 é ligada a imunizante
De acordo com a pasta, foram vacinadas 313,2 mil gestantes em todo o Brasil desde o início da campanha
atualizado
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O Ministério da Saúde identificou, até o momento, quatro óbitos de gestantes que foram vacinadas contra a Covid-19. No entanto, apenas uma morte tem relação com o imunizante. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (8/7), em coletiva de imprensa.
De acordo com a pasta, foram vacinadas 313,2 mil gestantes em todo o Brasil desde o início da campanha. Dessas, 48,2 mil foram imunizadas com o fármaco da AstraZeneca; 201,4 mil com a Pfizer; e 63,5 mil com a Coronavac (Sinovac).
Além disso, a pasta informa que foram identificados, até o momento, 439 efeitos adversos neste público. A maioria dos casos (415 registros) é de situações sem gravidade. No entanto, o órgão computou 24 eventos adversos graves. Entre eles, quatro mortes.
Os números foram divulgados pela secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo. Ela disse que as três mortes sem relação com a vacina podem ser ligadas a aspectos próprios da gravidez.
O óbito relacionado à vacina contra a Covid-19 ocorreu em maio deste ano. Uma grávida de 35 anos morreu após receber uma dose do imunizante da AstraZeneca. Na época, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou a suspensão da aplicação de vacinas em grávidas e puérperas.
“Esse óbito que houve na gestante realmente está vinculado a uma reação vacinal. No caso dos outros três, não há uma comprovação”, afirmou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Retomada da imunização
Em maio, o Ministério da Saúde suspendeu a aplicação do imunizante da AstraZeneca e proibiu a aplicação de doses de qualquer farmacêutica em grávidas e puérperas sem comorbidades. Nesta quarta-feira, a pasta voltou a recomendar a imunização de gestantes sem doenças pré-existentes. Todas as grávidas, no entanto, só podem ser imunizadas com duas das quatro vacinas disponíveis no Brasil: Pfizer e Coronavac (Sinovac).
O secretário de Atenção Primária à Saúde do ministério, Raphael Câmara Parente, explica que imunizantes produzidos com adenovírus não replicante, como a AstraZeneca e a Janssen, podem causar eventos adversos em pessoas gestantes. “O vírus vivo atenuado pode provocar infecção. É muito importante a imprensa e a sociedade entenderem que, com grávidas, é preciso ter cuidado extremo, cautela máxima, excesso de zelo e avaliação de risco e benefício”, argumentou.
Ele afirmou que a porcentagem de letalidade por Covid-19 no Brasil em gestantes infectadas pelo coronavírus é de 10%. O índice é considerado alto e , por isso, a pasta decidiu seguir com a imunização desse público. O ministro Marcelo Queiroga afirmou que o benefício da vacinação supera os riscos.
“Após a análise dos dados de todas que foram vacinadas e do debate amplo dos cientistas e dos pesquisadores, e também dos próprios dados, houve o entendimento de se voltar as vacinas das gestantes sem comorbidades. Entendemos que não há porque suspender a vacinação”, explicou Queiroga.
Para as grávidas que chegaram a receber a primeira dose da vacina AstraZeneca, a recomendação do Ministério da Saúde é de que o segundo reforço seja aplicado após o fim do puerpério, ou seja, 45 dias depois do parto. A imunização deve ser feita com um fármaco do mesmo laboratório.