Brasil teve 131 assassinatos de pessoas trans em 2022, diz relatório
Já é o 14° ano seguido que o Brasil ocupa a 1ª posição entre os países que mais matam pessoas trans e travestis
atualizado
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Em 2022, o Brasil registrou 131 assassinatos de pessoas trans. O número consta em relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra), divulgado nesta quinta-feira (26/1), e mantém o país na 1º posição entre os que mais matam pessoas transexuais e travestis. É o 14º ano consecutivo que o país lidera o ranking, formado por 80 países.
A Antra estima que, entre 2017 e 2022, período em que a associação assumiu a apuração dos dados, foram 912 registros de assassinatos de pessoas trans e não binárias brasileiras.
O relatório aponta uma leve queda em relação ao período anterior. Em 2021 foram registrados 140 assassinatos, 9 a mais que 2022, o que representa uma queda de cerca de 6%.
O mês com maior número de mortes foi fevereiro, que acumulou 20 registros. Já o mês de abril ficou em 2º lugar, com 16 vítimas. A asssociação, porém, ressaltou que pode haver subnotificações, tendo em vista a escassez de informações oficiais.
“Em números absolutos, Pernambuco foi o estado que mais matou a população trans em 2022, com 13 assassinatos, saindo da 5ª posição para assumir o primeiro lugar”, diz o relatório.
A Associação Nacional de travestis e Transexuais do Brasil alerta para a idade precoce das vítimas, uma vez 89% delas têm até 40 anos. “A maioria é negra, empobrecida e reivindica ou expressa publicamente o gênero feminino”, descreve
O relatório foi entregue, nesta quinta-feira (26/1), ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, em cerimônia. O evento ainda contou com a presença da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Silvio Almeida afirmou que ter acesso ao relatório permite pensar em como solucionar o problema da violência contra as pessoas trans no Brasil e reforçou a necessidade de uma parceria com o Ministério de Igualdade Racial.
O ministro ainda afirmou haver um “compromisso em nível institucional do Estado brasileiro para superação da desigualdade, da discriminação e dessa violência que o relatório estampa”.