Brasil terá teste rápido para detecção de hanseníase disponível no SUS
Informação foi divulgada nesta terça-feira (25/1), durante evento alusivo ao mês de enfrentamento da hanseníase
atualizado
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O Ministério da Saúde vai distribuir testes rápidos para detecção de hanseníase nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) do país. A informação foi divulgada nesta terça-feira (25/1), durante evento alusivo ao mês de enfrentamento da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil será o primeiro país do mundo a ofertar os exames em nível assistencial, de forma gratuita. O órgão vai investir cerca de R$ 3,7 milhões na compra dos testes.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, a pasta está na fase de compra dos testes de hanseníase. O uso dos exames foi aprovado pela Comissão Nacional Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) neste mês.
“Tivemos aprovação da Conitec, em janeiro, da incorporação do teste para diagnóstico de hanseníase. Estamos na fase de compra desses kits, iremos distribuir na atenção básica. Isso é de uma grande importância para o nosso país”, ressaltou Arnaldo.
Segundo o Ministério da Saúde, os exames dos modelos GenoType e NAT Hans serão distribuídos, inicialmente, em dez estados brasileiros até o fim de 2022. Até o fim de 2023, a pasta pretende oferecer os testes nas 27 unidades federativas.
Os testes rápidos do do modelo imunocromático será ofertado nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, a hanseníase acomete principalmente nervos periféricos e pele, podendo causar incapacidades físicas, principalmente nas mãos, pés e olhos”, informou o órgão.
Indicadores
De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2016 e 2020, foram diagnosticados 155,3 mil casos de hanseníase no Brasil. Do total, 86,2 mil ocorreram em pessoas do sexo masculino, que representam 55,5% dos pacientes.
Segundo o secretário Arnaldo Medeiros, com a pandemia de Covid-19, as taxas de detecção geral de casos novos de hanseníase sofreu queda drástica. Em 2011, a taxa de detecção geral dos casos era de 17,65 por 100 mil habitantes. Em 2020, o índice caiu para 8,49, redução de 51,9%.
A maior parte dos pacientes é da cor parda, com faixa etária de 40 a 59 anos de idade. “Isso representa o próprio perfil de vulnerabilidade dos pacientes que se infectam, dos que possuem essa doença”, explicou Arnaldo.
A pasta lançou, em 2019, a Estratégia Nacional para o Enfrentamento da Hanseníase 2019-2022. O objetivo da ação é reduzir a carga da doença ao fim de 2022, com as seguintes metas:
- Reduzir para 30 o número total de crianças com grau 2 de incapacidade física;
- Reduzir para 8,83/1 milhão de habitantes a taxa de pessoas com grau 2 de incapacidade física;
- Implantar e todas as Unidades da Federação canais para registro de práticas discriminatórias às pessoas acometidas pela doença;