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Brasil terá 3ª pior taxa de expansão real do PIB em 2022, aponta ONU

Entre as mais de 170 economias analisadas, somente Guiné Equatorial e Mianmar devem ficar atrás do Brasil, diz a análise

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Previsão do PIB em 2022 tem queda de 0,08%
1 de 1 Previsão do PIB em 2022 tem queda de 0,08% - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da instituição, divulgou, nesta quinta-feira (13/1), uma análise apontando que o PIB brasileiro terá um dos desempenhos mais fracos do mundo em 2022, com a terceira pior taxa de crescimento entre os países.

Os dados apresentados pela entidade apontam que, entre as mais de 170 economias analisadas, somente Guiné Equatorial e Mianmar ficam atrás do Brasil.

A ONU informou que a economia brasileira terá uma expansão real de 0,5% em comparação ao ano anterior, quando o índice foi de 4,7%. O valor fica distante da taxa média mundial – de 4% – estimada para 2022.

Apesar de a economia nacional ter registrado boa expansão em 2021, a taxa do Brasil se manteve abaixo da média mundial, de 5,5%.

A organização ainda alerta para as incertezas da recuperação da economia global durante a pandemia, devido ao impacto da variante Ômicron, da pressão inflacionária e dos desafios no mercado de trabalho.

Entre as maiores economias do mundo, essas são as previsões para o ano de 2022:

  • Índia: 6,7%
  • Arábia Saudita: 6%
  • Egito: 5,9%
  • China: 5,2%
  • Indonésia: 4,9%
  • Reino Unido: 4,5%
  • Itália: 4,2%
  • União Europeia: 3,9%
  • Canadá: 3,9%
  • Alemanha: 3,9%
  • Turquia: 3,7%
  • França: 3,6%
  • Estados Unidos: 3,5%
  • Japão: 3,3%
  • Espanha: 3%
  • Coreia: 3%
  • México: 2,9%
  • Nigéria: 2,8%
  • Rússia: 2,7%
  • África do Sul: 2,3%
  • Argentina: 2,2%
  • Brasil: 0,5%

Projeção do Brasil

Segundo a ONU, parte da explicação para o resultado fraco do Brasil está relacionada à perda de força das commodities.

“Embora os exportadores de commodities da América do Sul tenham liderado a recuperação na pandemia da região, suas perspectivas de crescimento para 2022 e 2023 são reduzidas”, informou a agência.

A organização explicou que “os preços mais altos das commodities, a demanda da China e dos Estados Unidos e as condições financeiras globais favoráveis irão gradualmente se desvanecer”. Entretanto, ao mesmo tempo, é esperado que os bancos centrais “apertem a política monetária para combater o rápido aumento das pressões inflacionárias”.

O informe também destaca que a recuperação da América Latina “tem sido insuficiente para reverter os danos da pandemia, que empurrou milhões para fora do trabalho e para a pobreza”.

De acordo com a entidade, “a região enfrenta a perspectiva de uma forte desaceleração econômica, com o crescimento voltando à sua fraca tendência pré-crise”.

O PIB real da América Latina teve uma expansão de cerca de 6,5% em 2021, depois de ter a taxa negativa de 7,4% em 2020. Entretanto, o crescimento é projetado para uma média de apenas 2,2% em 2022 e 2,5% em 2023.

Pandemia está “longe de terminar”

Apesar de a vacinação contra a Covid-19 estar avançando, a ONU relata que a “pandemia está longe de ter terminado”.

“De 1º de abril a 1º de dezembro de 2021, uma média de 9.432 pessoas morreram todos os dias em todo o mundo, significativamente maior do que as 6.061 mortes por dia registradas durante o mesmo período em 2020”, apontou.

De acordo com a organização, “o excesso de mortes tem sido maior em algumas economias em transição e em vários países da Europa Oriental e da América Latina”. Além disso, as projeções afirmam que a reintrodução de restrições, devido à nova variante, poderia reduzir significativamente as atividades econômicas.

A ONU admite que, com esse cenário, a meta de erradicar a extrema pobreza até 2030 pode ser comprometida. “O progresso na redução da pobreza extrema tem sido retardado por vários anos na maioria dos países”, frisou.

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