Brasil tem que mudar política externa, critica Rodrigo Pacheco
Presidente do Senado expressou abertamente posicionamentos contrários a Ernesto Araújo, que já havia sido alvo de parlamentares na quarta
atualizado
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O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), criticou a ação do Ministério das Relações Exteriores no que diz respeito à área diplomática no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Nas palavras do senador, “tem que se mudar a política externa do Brasil”.
Questionado sobre se apoia demissão do chanceler Ernesto Araújo, Pacheco se esquivou: “[A demissão do ministro] É um papel e uma prerrogativa do presidente da República”.
“As críticas estão externadas e cabe ao presidente decidir. As relações internacionais precisam ser mais presentes, é preciso um ambiente de maior diplomacia. Há uma necessidade de ter uma representação melhor do que a que se tem hoje”, defendeu o presidente da Casa.
Na quarta-feira, durante sessão remota no Senado, os parlamentares pediram que Araújo entregasse o cargo.
As falas ocorreram em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (25/3). Enquanto ele discursava, a Comissão Mista de Orçamento aprovou o Orçamento para 2021. O avanço da pauta, que estava atrasada, foi comemorado pelo senador.
“Estamos aqui para aprovar, enfim, o Orçamento do ano de 2021. Quero enaltecer aqui o trabalho do relator, o senador Márcio Bittar (MDB-AC), e a presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputada federal Flávia Arruda (PL-DF).”
Segundo Pacheco, o Congresso Nacional deve, após o feriado da Semana Santa, analisar os vetos ainda restantes.
“Contamos com a colaboração do senador Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso, para que possa haver um consenso entre a manutenção e a derrubada de vetos”, afirmou o presidente do Senado.
“Sinal amarelo”
O senador também comentou as falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), de que o Congresso Nacional ligou o “sinal amarelo” para o trabalho do Executivo no combate à pandemia.
“Essa fala do presidente Arthur Lira é uma demonstração de insatisfação. De nossa parte, do Congresso Nacional, estamos buscando ter um ambiente de consenso, pacificação e busca por soluções. E é preciso que haja essa mesma postura e vontade do outro lado [de parte do Executivo]”, analisou.
Sobre a demora do governo federal para criar um comitê nacional de combate à crise sanitária, Pacheco disse que as ações do governo podem “não ter sido as melhores”. “Mas houve enfrentamento”, enfatizou.