Brasil tem, hoje, ao menos 37 mil pessoas com Covid-19 em UTIs
Número deve ser ainda maior, porque nem todos os estados divulgam a quantidade de pacientes internados em instituições privadas
atualizado
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O Brasil tinha pelo menos 37,1 mil pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs), até a manhã de quinta-feira (1º/4). O número pode ser ainda maior, porque diversos estados não informam a quantidade de pacientes em estado crítico em instituições privadas.
Para realizar o levantamento desse número, o (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, reuniu as informações sobre pessoas em UTI, em todos os estados brasileiros, seja nos painéis de cada secretaria estadual ou nos boletins epidemiológicos. Os dados foram coletados entre 11h e 16h do dia 1º de abril.
O número mostra a realidade por trás das taxas de ocupação de UTIs em cada estado. Para se ter uma ideia da grandeza, a média móvel de mortes registrada em 1º de abril, data em que o levantamento foi feito, era de 3.117 óbitos, nos últimos sete dias. Isso representa 23,2 mil vítimas em uma semana, menos do que o total de pessoas internadas em UTI hoje.
De acordo com estudo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), a mortalidade para pacientes com Covid-19 em UTIs é de 35,6%. Caso essa média se mantenha, isso equivale a dizer que 13,2 mil pessoas internadas atualmente morrerão por conta da doença.
O gráfico a seguir mostra a quantidade de pessoas internadas em UTI por unidade federativa.
Para o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro, a situação ainda deve se agravar. “Infelizmente, sem vacinação em massa e medidas restritivas, e se sociedade não entender que tem que permanecer em casa e evitar aglomerações, a tendência é piorar nos próximos dias”, avaliou.
“É necessário lembrar que temos novas variantes que são mais transmissíveis e que estão causando quadro clínico mais grave, inclusive em pessoas jovens. Estamos vivendo um momento crítico, pois, em todos os estados, temos pessoas aguardando leito de UTI e algumas morrendo na fila”, apontou.
A saída para a situação, além das medidas de distanciamento social, é a vacinação, em massa, da população. Cerca de 23,9 milhões de doses já foram aplicadas. Esse número engloba tanto primeira quanto a segunda dose.