Brasil tem apenas 12,4% de vegetação original de Mata Atlântica
Município mais afetado entre 2019 e 2020 foi Bonito, no Mato Grosso do Sul, com desmatamento de 416 hectares
atualizado
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Um relatório produzido pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra que o Brasil tem apenas 12,4% de vegetação original do bioma Mata Atlântica. Os dados são referentes aos anos de 2019 e 2020 e mostram que, nesse período, o país perdeu 13.053 hectares.
Houve diminuição de 9% no desmatamento em relação a 2018 e 2019, mas a situação segue crítica nas regiões de Mata Atlântica. Os números mais recentes são 14% maiores que os do período de 2017 e 2018, quando se atingiu o pior índice de desflorestamento da série histórica.
Segundo o documento, o município mais afetado é Bonito, no Mato Grosso do Sul, cidade conhecida pelas paisagens e pelo ecoturismo. Na região, houve desmatamento de 416 hectares, o equivalente a mais de um campo de futebol por dia.
Os estados que acumulam a maior parte do desflorestamento da Mata Atlântica (91%) são: Minas Gerais (4.701 hectares), Bahia (3.230 hectares), Paraná (2.151 hectares), Santa Catarina (887 hectares) e Mato Grosso do Sul (851 hectares).
Além disso, segundo o relatório, houve alta do desflorestamento em 10 estados: Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Os piores números são em São Paulo, com 402% de aumento no desflorestamento, e no Espírito Santo, com alta de 462%.
Sinal de alerta
De acordo com as instituições responsáveis pela pesquisa, os números demonstram um sinal de alerta para o bioma, que é considerado internacionalmente como uma das áreas prioritárias para restauração, já que conta com muita biodiversidade e auxilia no combate às mudanças do clima.
“A manutenção de um alto patamar de perda da vegetação nativa da Mata Atlântica, com o aumento do desmatamento em alguns estados, mantém o bioma em um grau elevado de ameaça e risco. Esta situação está na contramão de importantes referências internacionais que apontam a Mata Atlântica como um dos biomas prioritários no mundo para ser restaurado, considerando a conservação da rica biodiversidade e o combate às mudanças climáticas”, informa o relatório.