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IBGE: em 82% das áreas de atuação, mulheres ganham menos que homens

Empresas empregam quase 63 milhões — 80% assalariados e 20% sócios e proprietários. Em 82% das áreas, mulheres recebem menos, diz IBGE

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1 de 1 empresas IBGE - Foto: Hispanolistic/Getty Images

O Brasil tem 9,4 milhões de empresas e outras organizações formais ativas, de acordo com dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (20/6). A pesquisa mostra diferença salarial de 17% entre homens e mulheres.

As empresas e organizações formais ativas no país empregam quase 63 milhões de pessoas, sendo 50,2 milhões (80%) como pessoal ocupado assalariado e 12,5 milhões (20%) na condição de sócios e proprietários.

Um recorte salta aos olho, quando se analisa as diferenças salariais por sexo.

A pesquisa do instituto mostra que o grupo de trabalhadores assalariados é composto da seguinte forma: 54,7% de homens (27,4 milhões) e 45,3% de mulheres (22,7 milhões).

Outro dado importante identificado pela pesquisa é a disparidade salarial entre os gêneros, enquanto os homens recebem em média R$ 3.791,58, as mulheres ganham em média R$ 3.241,18 — o que significa que eles têm um salário 17% maior.

Em 82% das áreas de atuação, as mulheres ganham menos. Na verdade, somente em três elas obtêm salário maior: organismos internacionais e outras instituições territoriais, construção e indústrias extrativas.

No primeiro setor, em média, elas ganharam R$ 9.018,70 e eles, R$ 4.717,09, ou seja, 47,7% mais que os homens. Por outro lado, na área de  fabricação de mídias virgens, magnéticas e ópticas, os homens têm vencimento médio de R$ 7.509,33, e as mulheres, de R$ 1.834,09 – diferença de 309,4%.

E por falar em salário

Os salários e outras remunerações por mês totalizam cerca de R$ 2,3 trilhões. E o salário médio mensal é de R$ 3.542,19 — o que equivale a 2,9 salários-mínimos.

As estatísticas do Cempre reúnem informações cadastrais e econômicas de negócios inscritos no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Com esses dados, é possível consultar informações como número total de empresas e outras organizações; pessoal ocupado total; pessoal ocupado assalariado; salários e outras remunerações e salário médio mensal em 2022.

Conforme o IBGE, nesta edição do Cadastro Central de Empresas foram incorporados pela primeira vez todos os estabelecimentos com situação ativa no CNPJ da Receita Federal em 31 de dezembro, exceto os microempreendedores individuais (MEIs).

Panorama econômico das empresas, segundo IBGE

Das mais de 9 milhões de empresas, 2.870.362 (30,4%) tinham pessoas assalariadas e 6.560.877 (69,6%) não tinham assalariados.

As 2,8 milhões de negócios sem assalariados empregam 13,5% dos trabalhadores (8,4 milhões), e todos são sócios e proprietários, correspondendo a 67,4% deste grupo.

No recorte de salários e outras remunerações, aquelas sem assalariados pagaram R$ 8,6 bilhões, o que é 0,4% do valor desembolsado por todas os empreendimentos ativos no Brasil. Ou seja, esse gasto corresponde a R$ 2.454,36 de salário-médio mensal e 2,0 salários-mínimos.

Enquanto, os negócios com assalariados ocupam 86,5% dos trabalhadores (54,3 milhões). Além disso, compreende 32,6% dos sócios e proprietários (quase 4,1 milhões).

Além disso, elas pagam a maioria (99,6%) dos salários e outras remunerações, chegando a R$ 2,28 trilhões. O custo com mão de obra é de R$ 3.548,12, em salário-médio mensal — valor pouco acima da média global, segundo a pesquisa — e 2,9 salários mínimos.

Comércios lideram o número de empresas ativas

A categoria “Comércios; reparação de veículos automotores e motocicletas” apresenta a maior participação em número de empreendimentos, com 2.741.639 (29,1% do total).

Na sequência, está o grupo “Atividades administrativas e serviços complementares”, com 925.488 negócios (9,8%). Em terceiro lugar, vem “Atividades profissionais, científicas e técnicas”, com 783.517 empresas (8,3%).

Além de ter o maior número de negócios ativos, a categoria “Comércios; reparação de veículos automotores e motocicletas” lidera no número de pessoal ocupado total, com 13,1 milhões (21%), e pessoal ocupado assalariado, com 9,5 milhões (19%).

Por regiões, UFs e escolaridade

A região Sudeste engloba 5,5 milhões das unidades locais do país (51,6%), sendo 1,5 milhão sem empregados (47,3%) e 3,9 milhões com empregados (53,6%). Na sequência, o Sul apresenta 2,1 milhões de unidades (19,7%), sendo 688,1 mil com assalariados e 1,4 milhão sem assalariados.

Confira as demais regiões:

  • Nordeste: 1,7 milhão de unidades, destas 552,3 mil com assalariados e 1,1 milhão sem assalariados
  • Centro-Oeste: 897,3 mil unidades, sendo 306 mil com assalariados e 591,4 mil sem assalariados
  • Norte: 495,8 mil de unidades, onde 154,2 mil com assalariados e 341,5 mil sem assalariados

Com 18,3 milhões de trabalhadores em negócios, São Paulo é a unidade federativa (UF) com maior concentração de pessoal ocupado total. O estado também lidera o recorte de pessoal assalariado, com 14,2 milhões (28,4%) e salários e outras remunerações, pagando quase 758 bilhões (33%).

Minas Gerais apresenta a segunda maior concentração de pessoal total assalariado, empregando 6,4 milhões (10,3%). Logo atrás vem o estado do Rio de Janeiro, com 5 milhões (8,1%).

Na análise por escolaridade, verifica-se que 76,6% do pessoal ocupado assalariado (38,4 milhões) não tinha nível superior, ante 23,4% (11,7 milhões). Em relação ao salário, a remuneração média de pessoas sem formação superior é de R$ 2.441,16, enquanto a dos empregados com formação superior é três vezes maior, chegando a R$ 7.094,17.

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