Brasil suspende exportação de carne para China após caso de “vaca louca”
Suspensão de exportação para a China começa nesta quinta-feira (23/2). Caso foi registrado em Marabá, município do Pará
atualizado
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O Ministério da Agricultura suspendeu a exportação de carne bovina para a China. A medida, que vale a partir desta quinta-feira (23/2), foi anunciada após a confirmação de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina, conhecido como mal da “vaca louca”, em Marabá, no Pará. A pasta acompanhava a situação desde a última segunda-feira (20/2).
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), comandado por Carlos Fávaro (PSD-MT), diz ter adotado todas as providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras.
A pasta afirma ter feito comunicado à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e enviado as amostras para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá. Agora, as autoridades aguardam resultado para confirmar se o caso é atípico.
A doença afetou um animal macho de 9 anos, que ficava em uma pequena propriedade. Ele era criado em um pasto, sem ração. Após a detecção do mal da “vaca louca”, foi abatido, e sua carcaça incinerada no local. O serviço veterinário oficial brasileiro faz investigação epidemiológica – que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado.
“Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação, e o assunto está sendo tratado com total transparência, para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, ressaltou o ministro Carlos Fávaro.
Sendo assim, o protocolo sanitário oficial firmado entre Brasil e China determina que as exportações sejam temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira. “No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira”, afirma o Mapa.
Mal da “vaca louca”
Trata-se de uma doença degenerativa que ataca o sistema nervoso de animais bovinos. Acontece por meio de uma partícula proteica infecciosa chamada príon, geralmente transmitida mediante a ingestão de alimentos provenientes de carcaças infectadas, a exemplo de farinhas de carne ou ossos. Atipicamente, o mal da “vaca louca” é resultado de mutação espontânea de uma proteína normal.
Humanos também podem ser infectados caso consumam carne ou derivados de um animal contaminado pela doença da “vaca louca”. Dessa forma, é possível o desenvolvimento de encefalopatia espongiforme transmissível, uma espécie de variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ).