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Brasil registrou 60 mil estupros em 2017: um crime a cada 10 minutos

Por dia, foram 606 lesões corporais decorrentes de violência doméstica, totalizando 221.238 casos no ano. Feminicídios mais que dobraram

atualizado

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Violência (1)
1 de 1 Violência (1) - Foto: IStock

O número de estupros no Brasil aumentou 8,4% de 2016 para 2017. Em todo o ano passado, foram registrados 60.018 casos, o que significa 164 crimes por dia e um a cada 10 minutos. Os dados constam na 12ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (9/8) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Pela primeira vez, a entidade mensurou os registros de lesões corporais decorrentes de violências domésticas: ao menos 606 por dia, totalizando 221.238 ocorrências ao longo do ano. De acordo com a publicação, 4.539 mulheres foram assassinadas em 2017 no país (alta de 6,1% em relação a 2016).

Conforme a lei prevê, quando o homicídio ocorrer numa situação de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição de mulher, ele deve ser registrado como feminicídio, o que pode aumentar a pena do criminoso em até um terço. De acordo com o anuário do FBSP, os casos de feminicídio mais do que dobraram em 2017, saltando de 621 registros em 2016 para 1.113 no ano passado.

 

Especialistas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, contudo, acreditam que os números de barbáries contra as brasileiras estejam subdimensionados, dada a dificuldade de registro na polícia desses crimes. Ainda assim, a quantidade é considerada alarmante e a entidade pede a implementação de políticas específicas de prevenção, como treinamento adequado de policiais que atuam em delegacias especializadas em atendimento às mulheres.

De acordo com o FBSP, o número de feminicídios registrados poderia ser ainda maior. A diferença, diz, ocorre em razão do pouco tempo da lei que tipificou esse crime, implementada em 2015, e dificuldades de a polícia reconhecer as situações de vulnerabilidade da mulher.

Caso Tatiane
Diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o sociólogo Renato Sérgio de Lima lembrou o caso recente registrado em Guarapuava, no interior do Paraná, cuja investigação aponta que o professor Luis Carlos Manvailer foi o responsável por atirar a mulher, a advogada Tatiane Spitzner, da sacada do apartamento do casal, matando-a na hora.

“A violência doméstica precisa ser reconhecida como um problema público. As câmeras estavam lá para monitorar o motoboy que entrega a pizza, mas não para intervir em casos como esse?”, questiona o especialista. A defesa de Manvailer nega o crime.

Homicídios bateram recorde
O Brasil bateu em 2017 o recorde de mortes violentas intencionais, como homicídios e latrocínios, em toda sua história. Foram 63.880 vítimas, o equivalente a 175 por dia, ou 7 por hora. A taxa de óbitos por 100 mil habitantes atingiu a marca de 30,8. Em 2016, o país havia registrado 61,6 mil mortes violentas. Em um ano, o crescimento da taxa foi de 2,9%. (Com informações da Agência Estado)

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