Brasil reforça apoio a “uma só China” em meio a tensões com Taiwan
Brasil reafirma compromisso com reunificação de Taiwan em encontro com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, e chanceler da China
atualizado
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Viera, reforçou, nesta sexta-feira (19/1), a posição do Brasil em defesa de “uma só China”, após reunião com o chanceler chinês, Wang Yi, no Itamaraty. Apesar de não ser novo, o posicionamento agrada o governo do país asiático em um momento de aumento das tensões com Taiwan, considerada pelos chineses uma espécie de província rebelde e que acaba de eleger um governo crítico a Pequim.
“Reitero o apoio histórico, consistente e inequívoco do Brasil ao princípio de uma só China, conforme declaração adotada pelos dois presidentes (Lula e o chinês Xi Jinping)”, disse Vieira.
No último fim de semana, o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), Lai Ching-te, ganhou as eleições presidenciais da ilha dissidente de Taiwan. O político defende a autonomia da região em relação à China e reforçou que estreitará as relações com Estados Unidos e Japão.
O chanceler chinês, que tem reunião marcada com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), falou também que as relações entre Brasil e China devem alcançar novos patamares, e afirmou que países devem “caminhar de mãos dadas”.
“Todas as instituições do Brasil têm uma posição voltada a uma só China. A parte chinesa tem apreço por isso”, afirmou Yi.
O chanceler chegou a Brasília na noite dessa quinta-feira (18/1) e se encontrou com o ministro Mauro Viera logo pela manhã. Outras pautas debatidas, além das relações bilaterais, foram a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito no Oriente Médio, em especial entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas.
Yi ainda confirmou a presença do presidente do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, ao Brasil em novembro deste ano, a fim de participar da reunião de líderes do G20, formada pelas maiores economias do mundo, que será sediada no Rio.