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Brasil pode perder até 40% de disponibilidade hídrica em 2040, diz ANA

Relatório apresentado pela ANA aponta que diversas regiões devem sofrer com as consequências da falta de água nos próximos anos

atualizado

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Foto colorida do Rio Negro, no Amazonas em março de 2023 - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do Rio Negro, no Amazonas em março de 2023 - Metrópoles - Foto: Britta Pedersen/picture alliance via Getty Images

A disponibilidade hídrica no Brasil pode ter queda de até 40% já em 2040, segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), nesta quarta-feira (31/1), durante abertura da Jornada da Água 2024.

A ANA realizou transmissão ao vivo, com a participação da diretora-presidente interina da agência, Ana Carolina Argolo; dos ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho; além do secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.

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Rio Negro, no Amazonas, durante seca
Enchente no Rio Grande do Sul em novembro de 2023
O centro da cidade de Roca Sales, no RS.
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Jangada encalhada no leito seco do Rio Amazonas em meio à pior seca em 120 anos

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Rio Negro, no Amazonas, durante seca

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Enchente no Rio Grande do Sul em novembro de 2023

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O centro da cidade de Roca Sales, no RS.

Reprodução/Luciana Caneppele

Segundo o estudo da ANA, as regiões hidrográficas localizadas nas regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste serão as mais afetadas pelas mudanças climáticas nos próximos anos e devem sofrer com as consequências de uma possível diminuição no nível das águas.

“O risco de escassez de água deverá aumentar devido a reduções na disponibilidade dessas regiões, notadamente nas áreas semiáridas, afetando o abastecimento de água nas cidades, a geração de energia hidroelétrica e com impactos particularmente para a agricultura de subsistência”, alerta trecho do relatório.

O levantamento indica ainda que a Região Sul deverá ser impactada com aumento da disponibilidade hídrica, no entanto, é necessário fazer uma série de ações de adaptação na gestão da demanda de água para evitar uma futura escassez.

O diretor interino da ANA, Nazareno Araújo, apresentou o levantamento e destacou a necessidade da adoção de uma política mais ampla, como o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, construído pelo Ministério do Meio Ambiente, para preservação dos recursos hídricos do país.

“O nosso estudo foi baseado em diversos modelos climáticos; portanto, não é apenas um modelo climático. A partir do modelo climático global, várias modelagens foram desenvolvidas, o que nos fez identificar um consenso, uma convergência de cenários”, explicou Nazareno.

A ANA tem analisado os impactos nos recursos hídricos no Brasil. O estudo da agência destaca, principalmente, a necessidade de conter a emissão dos gases de efeito estufa para evitar uma estiagem em três das cinco regiões brasileiras.

Jornada da Água 2024

O tema da jornada deste ano é “A água nos une, o clima nos move”, e visa sensibilizar lideranças e a sociedade sobre a necessidade de cuidar dos recursos hídricos e saneamento básico.

“Esse tema exige da gente uma sinergia muito grande”, destacou Waldez Góes. O ministro frisou que o Brasil enfrenta grandes desafios provocados pelos fenômenos climáticos El Niño e La Niña.

“No ano passado, só para ter uma ideia, nós tivemos 2.123 municípios vivendo em situação de emergência”, frisou o ministro do Desenvolvimento Regional. Segundo ele, essa situação se agravou ou por falta ou pelo excesso de água, no caso de inundações.

Jader Filho, que é natural de Belém, capital do Pará, comentou que nunca tinha visto uma seca tão extrema como aquela registrada ao longo do ano passado na região amazônica. ele também comentou sobre a importância de adotar novas políticas públicas para preservação da água no país.

“O transporte deixou de ser o tradicional barco para ser o carro. Os rios não viraram mais rios onde andam barcos, onde andam carros, para poder alcançar e levar a água, o alimento”, afirmou o ministro das Cidades.

O secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, pontuou que 100 milhões de brasileiros ainda não possuem acesso ao saneamento básico, os dados fazem parte do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

“A gestão dos recursos hídricos exige uma mobilização da sociedade. Nós temos o nosso papel, as nossas obrigações e os nossos desafios, mas é algo que todo cidadão precisa ter em mente”, enfatizou Capobianco.

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