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Brasil perdeu área maior do que o Acre para as queimadas em 2023

As queimadas no Brasil tiveram aumento de 6% entre janeiro e dezembro de 2023, se comparado com o mesmo período do ano anterior

atualizado

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Joel Rodrigues/Agência Brasília
Combate a incêndios - Metrópoles
1 de 1 Combate a incêndios - Metrópoles - Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

O Brasil registrou alta de 6% em área queimada, de janeiro a dezembro de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O país perdeu mais de 17 milhões de hectares em um ano para o fogo, índice que supera o território do Acre. Os dados foram divulgados pelo MapBiomas Fogo nesta quinta-feira (18/1).

Segundo o MapBiomas, o Brasil registrou um pico nas queimadas entre setembro e outubro do ano passado, quando 4 milhões de hectares foram atingidos pelo fogo a cada mês.

Vale destacar também que dezembro registrou 1,6 milhão de hectares atingidos pelo fogo, um recorde se comparado a dezembro dos anos anteriores desde 2019.

O levantamento realizado pelo MapBiomas mostra que a Amazônia foi o bioma mais afetado pelo fogo, com mais de 1,3 milhão de hectares queimados em dezembro de 2023, um aumento de 463% em relação ao mês do ano anterior.

Ane Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e coordenadora do MapBiomas Fogo, destaca que o aumento das queimadas em 2023 sofreu influência direta do fenômeno climático El Niño, responsável pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

“Em 2023, o El Niño desempenhou papel crucial no aumento dos incêndios na Amazônia, uma vez que esse fenômeno climático elevou as temperaturas e deixou a região mais seca, criando condições favoráveis à propagação do fogo”, explica Ane Alencar.

“Se não fosse a redução de mais de 50% no desmatamento, diminuindo uma das principais fontes de ignição, com certeza, teríamos uma área bem maior afetada por incêndios na região”, salienta a diretora de Ciência do Ipam.

Pantanal

O Pantanal teve 670 mil hectares destruídos pelo fogo em 2023, índice que equivale ao triplo do registrado ao longo do ano anterior.

“O fogo, que invadiu áreas do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro (MS) e do Parque Estadual Encontro das Águas (MT), foi potencializado pela estiagem no fim do ano, principalmente em novembro, que concentrou 60% de toda a área queimada no bioma Pantanal”, comenta Eduardo Rosa da equipe do Pantanal do MapBiomas.

O MapBiomas é uma iniciativa que envolve organizações não governamentais (ONGs), empresas de tecnologia e universidades que estudam formas de manejo sustentável dos recursos naturais, como forma de combate às mudanças climáticas.

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