Brasil pede dinheiro à UE e aos Estados Unidos para receber refugiados
Tendência é que a ajuda, cujo valor não está definido, chegue por intermédio do Alto Comissariado da ONU para refugiados
atualizado
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O governo brasileiro entrou em contato com União Europeia e EUA em busca de reforço financeiro para o programa de ajuda a refugiados venezuelanos. As conversas ainda são iniciais, segundo informou ao ‘Estado’ a subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Natália Marcassa de Souza.
A tendência é que o dinheiro, cujo valor não está definido, chegue por intermédio do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur). Além de recursos, os governos estrangeiros ajudarão com suas experiências no acolhimento de imigrantes.
O governo federal está em contato com estados e prefeituras para ampliar o programa, uma vez que Roraima não tem condições de absorver o número de migrantes. Num primeiro momento, serão deslocados prioritariamente homens solteiros que tenham documentos e tenham sido vacinados. Os venezuelanos recém-chegados devem cumprir uma quarentena após a imunização antes de seguirem para outras cidades.
O cadastramento servirá também para o governo ter uma visão mais clara sobre o fluxo de pessoas que chega da Venezuela. Já se sabe, por exemplo, que nem todas as pessoas que pedem refúgio permanecem no Brasil. Dos cerca de 30 mil que entraram no país, aproximadamente 10 mil foram para o Sul e atravessaram a fronteira de Argentina, Paraguai e Uruguai.
O fluxo tornou-se prioridade em outubro, quando foi constatado um aumento dos pedidos de entrada no país. No início de 2017, eram cerca de 150 solicitações por dia. Agora, a média é de 650. O fluxo é preocupante porque está concentrado em Roraima, onde o governo pretende instalar dois postos de acolhimento: em Pacaraima e em Boa Vista. Cada um deles acomodará 1.500 pessoas, que poderão permanecer por até três meses. Após o prazo, as pessoas seriam interiorizadas. O trabalho de acolhimento será feito principalmente por militares que atuaram no Haiti.
Pretexto
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, afirmou nesta segunda (26) no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que não existe crise humanitária no país. “Eles pretendem fazer que o mundo acredite que na Venezuela há uma crise humanitária”, disse Arreaza. A razão, segundo o chanceler, é justificar uma intervenção internacional na Venezuela.