Brasil vai tentar nova resolução na ONU sobre conflito Israel x Hamas
Segundo o ministro Mauro Vieira, no entanto, a proposta do Brasil precisa ser diferente e é preciso aguardar a “evolução dos fatos”
atualizado
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Os 12 votos recebidos no Conselho de Segurança da ONU em aprovação à resolução sobre os conflitos entre Israel e o grupo extremista Hamas fizeram com que a delegação brasileira, que preside o órgão, avaliasse sua posição de forma positiva. O veto dos Estados Unidos, membro permanente do conselho, porém, impediu que a iniciativa seguisse adiante. Mas uma nova proposição do Brasil pode surgir.
O próprio ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que é preciso aguardar a “evolução dos fatos”. Durante depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o chanceler afirmou que a proposição, agora, precisa ser diferente.
“Nós temos que esperar um pouco a evolução dos fatos e ver se há condição de acomodar. Tem que ser uma proposta diferente da atual, porque se repetirmos a mesma proposta, evidentemente que terá o mesmo resultado”, afirmou Vieira.
De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, Mauro Vieira fez uma análise positiva da situação. Afinal, o veto dos EUA era esperado, mas os 12 votos a favor fortaleceram a posição brasileira. A ponto de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser convidado para uma reunião de emergência no Egito, no próximo sábado (21/10).
Lula mandará Mauro Vieira a um encontro que terá, além do Egito, Estados Unidos, França, Kwait, Catar e o secretário-geral da ONU, entre outros. O objetivo é tentar encontrar uma saída para a escalada de violência na guerra entre Israel e o Hamas.
O veto à resolução do Brasil
As discussões no Conselho de Segurança da ONU vão continuar. Por isso, a expectativa de uma nova resolução apresentada pelo Brasil é grande. Pode ser que ela não chegue diretamente por mãos brasileiras, mas seja costurada com outras delegações.
O que diz texto do Brasil vetado pelos EUA no Conselho de Segurança
O ponto que trouxe o impasse na proposição de quarta-feira (18/10) foi a ausência da possibilidade de Israel se defender. A embaixadora dos EUA no órgão, Linda Thomas-Greenfield, foi enfática: “Os Estados Unidos estão desapontados que essa resolução não faz qualquer menção ao direito de Israel de se defender. Como qualquer nação no mundo, Israel tem o direito inerente à autodefesa”.
O Brasil também mostrou seu descontentamento. “O veto impede que o conselho cumpra seu papel”, afirmou Sérgio Danese, diplomata que representa o país no conselho.