Brasil nega pressão dos EUA para não comprar vacina russa contra Covid
Em nota, o Itamaraty disse que a escolha dos imunizantes é pautada pela senso de urgência e pela escolha soberana de fornecedores
atualizado
Compartilhar notícia
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil negou, em nota enviada ao Metrópoles na noite da segunda-feira (15/3), ter sido pressionado pelo governo dos Estados Unidos para não comprar a vacina russa contra a Covid-19, batizada de Sputnik V.
Em relatório anual (leia aqui, em inglês), o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, porém, admitiu ter usado o Escritório de Assuntos Globais (OGA, na sigla em inglês) para “persuadir o Brasil a rejeitar a vacina russa Covid-19”.
A medida foi citada pelo então secretário de Saúde e Serviços Humanos Alex Azar, ainda sob a gestão do ex-presidente Donald Trump (Republicano), como exemplo, entre as ações tomadas para “combater as influências malignas nas Américas”.
“A Embaixada do Brasil em Washington não recebeu consultas ou gestões de autoridades ou empresas dos Estados Unidos a respeito da eventual compra, pelo Brasil, da vacina russa contra a Covid-19”, ressaltou o Itamaraty.
A pasta, comandada pelo ministro Ernesto Araújo, alinhado política e ideologicamente a Donald Trump, disse ainda que as negociações do Brasil com diversos países e consórcios para a aquisição de vacinas contra a Covid-19 “têm sido norteadas por princípios como o senso de urgência e a escolha soberana de fornecedores”.
“O Brasil está negociando a compra da vacina Sputnik V, com participação da empresa União Química e do fundo russo RDIF (‘Russian Direct Investment Fund’), sujeita à aprovação da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, prosseguiu.