Brasil leva Prêmio Fóssil do Dia na COP26 por perseguição a Txai Suruí
Organização ativista Climate Action Network criticou o presidente Jair Bolsonaro por ataques a indígena que discursou na COP26
atualizado
Compartilhar notícia
Uma rede mundial de ativistas ambientais concedeu, neste sábado (6/11), um “prêmio” ao Brasil por atrapalhar os esforços em busca de acordos climáticos que façam diferença para frear o aquecimento global. O irônico troféu Fóssil do Dia foi concedido pelas organizações que estão em Glasgow, na Escócia, para a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, a COP26.
A “realização” apontada pelos promotores do prêmio para escolher o Brasil são os ataques que a líder indígena Txai Suruí está recebendo desde que discursou na abertura da COP26, na última semana, denunciou os efeitos do aquecimento global para os povos originários da Amazônia brasileira, e fez um apelo: “Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais. Não é 2030 ou 2050, é agora!”.
A fala fez Txai, que tem 24 anos, é do povo Paiter Suruí, de Rondônia, e é filha do cacique e ativista Almir Suruí, provocou reações até do presidente Jair Bolsonaro, que e ajudou a atrair ódio para as redes da jovem.
“Eu trouxe a realidade dos povos indígenas, mas depois da minha fala, fui intimidada por uma autoridade do governo, que me disse pra não atacar o Brasil. Também fui atacada pelo presidente Jair Bolsonaro e agora estou recebendo muitas mensagens racistas nas minhas mídias sociais”, relatou ela em vídeo divulgado pela organização ativista Climate Action Network. Veja (em inglês):
The 🏆#FossiloftheDay🦖 Award🏆 at #COP26 goes to…
🇧🇷 Brazil for criticizing and bullying Indigenous activist Txai Suruí who simply called on world leaders to act on #climateimpacts felt by her community in the Amazon
Read: https://t.co/UwHa8qtpui pic.twitter.com/kMF8EBwXLO
— Climate Action Network International (CAN) (@CANIntl) November 6, 2021
Bicampeonato da vergonha
Na COP25, que aconteceu em Madri, em 2019, o Brasil já havia levado o prêmio Fóssil do Dia.
Na estreia do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, o país prêmio irônico concedido por organizações não-governamentais (ONGs) para os países que estão “fazendo o seu melhor para bloquear o progresso nas negociações” sobre o combate ao aquecimento global.