Brasil felicita presidente eleito da Bolívia e se diz disposto à cooperação
Nota oficial do Itamaraty foi publicada na noite de sexta. Luis Arce, o eleito, é do partido do ex-presidente Evo Morales
atualizado
Compartilhar notícia
O governo brasileiro felicitou o novo presidente da Bolívia, Luis Arce, por sua eleição. Em nota do Itamaraty, o Brasil disse que “congratula-se com as forças políticas do país pelo respeito à vontade popular expressa nas urnas”.
Aliado do ex-presidente Evo Morales, do MAS (Movimento ao Socialismo), o novo presidente boliviano não é um aliado natural do governo brasileiro, mas a nota adota um tom conciliador.
“O Governo brasileiro afirma sua disposição de trabalhar com as novas autoridades bolivianas com vistas à implementação de iniciativas de interesse comum e no âmbito dos laços de amizade, vizinhança e de cooperação que unem os dois países e seus povos”, diz o comunicado.
A nota foi publicada depois das 22h da última sexta-feira (23/10) pelo Itamaraty e não foi repercutida pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em suas redes sociais. O presidente Jair Bolsonaro e seus ministros também têm ignorado o assunto desde o último dia 19 de outubro, quando a vitória de Arce foi reconhecida por seus adversários.
Desde então, líderes do mundo inteiro têm parabenizado o eleito. Entre os países que fazem fronteira com a Bolívia, o Brasil foi o último a se manifestar.
Veja a íntegra da nota:
O Governo brasileiro felicita os senhores Luis Alberto Arce Catacora e David Choquehuanca por sua eleição à Presidência e Vice-Presidência do Estado Plurinacional da Bolívia e saúda o povo e o governo bolivianos pela realização do processo eleitoral em clima de tranquilidade e harmonia, para cujo êxito contribuiu a atuação independente do Tribunal Supremo Eleitoral na contagem oficial dos votos, bem como a atitude democrática e construtiva do governo da Presidente Jeanine Áñez.
O Governo brasileiro congratula-se com as forças políticas do país pelo respeito à vontade popular expressa nas urnas. Reconhece, em particular, a importância da participação dos observadores independentes das missões que acompanharam a votação – da OEA, do Parlasul, da União Europeia, das Nações Unidas, da Uniore e do Instituto Carter Center – cujo escrutínio contribuiu para afiançar a legitimidade e transparência do pleito e garantir que fosse respeitado o desejo soberano do povo boliviano na escolha de seus dirigentes.
O Governo brasileiro afirma sua disposição de trabalhar com as novas autoridades bolivianas com vistas à implementação de iniciativas de interesse comum e no âmbito dos laços de amizade, vizinhança e de cooperação que unem os dois países e seus povos.