Compartilhar notícia
O jornal Les Echos desta quinta-feira (3/10) repercute a decisão da agência de classificação de risco Moody’s de elevar a nota de crédito do Brasil. Desta forma, o país “dá um passo a mais em direção ao grau de investimento”, afirma o diário econômico, no título de uma matéria.
De Ba2 para Ba1: “o Brasil está no bom caminho”, avalia Les Echos, uma perspectiva positiva que favorece o governo brasileiro. O texto explica que o selo de “bom pagador” é uma garantia aos investidores de que há um risco menor do país não honrar suas dívidas.
A decisão da Moody’s se dá diante “da boa performance da economia” do Brasil, “apesar dos desafios persistentes na frente orçamentária”, reitera Les Echos. A agência prevê que o país registrará um crescimento de 2,5% neste ano, mas, segundo os últimos dados, essa previsão pode até mesmo ultrapassar os 3%.
O jornal esclarece os motivos pelos quais a elevação da nota de crédito ocorreu: as recentes reformas econômicas e fiscais, “que vão melhorar o clima de negócios e a distribuição das receitas, aumentando o potencial de crescimento a longo prazo”. Além disso, o Brasil desenvolve cada vez mais os financiamentos verdes, “o que pode diminuir a vulnerabilidade do país diante dos próximos choques climáticos”, avalia a matéria.
Dúvidas sobre a situação fiscal
A boa notícia foi saudada pelos mercados, com a Bolsa de Valores de São Paulo abrindo com uma alta de 1,5% nessa quarta-feira (2/10) e o real se fortalecendo nos mercados de câmbio, sublinha ainda Les Echos. No entanto, a decisão surpreendeu boa parte dos analistas financeiros locais, que pensam que a agência subestimou a gravidade do endividamento do Estado, que chegou a 78,5% do PIB em agosto.
Ainda assim, estrategistas entrevistados pelo jornal avaliam que a elevação da nota de crédito do Brasil é uma vitória do presidente Lula e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que se esforçam para que o país recupere o chamado “grau de investimento” antes do final do governo em 2026.
Para isso, o líder petista “bateu na porta” das três maiores agências de notação na semana passada, em Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU – uma iniciativa claramente bem acolhida pelo menos por uma das “big three”, as principais agências americanas, conclui Les Echos.