Brasil e mais 29 países formam grupo de produção de vacinas contra Covid-19
Dentre as que aderiram à iniciativa, apenas quatro naçõies são desenvolvidas, todos europeias: Luxemburgo, Noruega, Portugal e Holanda
atualizado
Compartilhar notícia
O Brasil e mais 29 países formam o grupo de união de acesso à tecnologia para a Covid-19 (C-TAP), coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e idealizado pela Costa Rica. A congregação irá desenvolver vacinas, testes e tratamentos em escala suficiente para atender a todos os países na luta contra o coronavírus. As informações são da Folha de S.Paulo.
Dentre os países que aderiram a iniciativa, apenas quatro são desenvolvidos, todos europeus: Luxemburgo, Noruega, Portugal e Holanda.
A OMS ressaltou que ainda não há definição sobre qual será a atuação do Brasil no desenvolvimento e produção de tratamentos e vacinas, o que será feito “nos próximos passos” do projeto. A entidade não informou se há um calendário para os próximos passos.
O C-TAP vai trabalhar em rede para compartilhar informações e dar acesso às tecnologias desenvolvidas em cinco áreas:
1) divulgação pública de sequenciamento genético.
2) transparência na publicação de todos os resultados de ensaios clínicos.
3) licenciamento de potenciais tratamento, diagnóstico, vacina ou outra tecnologia de saúde para o Pool de Patentes de Medicamentos —um órgão de saúde pública apoiado pelas Nações Unidas.
4) promoção de modelos de inovação aberta e transferência de tecnologia.
5) inclusão de cláusulas que prevejam distribuição equitativa, acessibilidade e publicação de dados de ensaios nos acordos de financiamento de laboratórios e startups.
De acordo com Akira Homma, assessor científico sênior do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fiocruz, o país teria condições de entrar em pelo menos três fases do processo: no desenvolvimento de vacinas, nos testes clínicos de fase 3 (que precisam ser feitos em um país onde a pandemia ainda esteja ativa) e na fabricação dos produtos em grande escala.
Akira Homma também afirma que uma das vantagens competitivas do país é a unidade-piloto de vacinas de Bio-Manguinhos, “com todas as características de boas práticas de fabricação, que pode produzir para estudos clínicos e fazer o escalonamento de produção”.
O cientista também destaca que, provavelmente, quando houver vacinas para serem testadas na população, o número de casos de Covid-19 já esteja muito baixo em países desenvolvidos e seja preciso fazer os experimentos em outras regiões, como o Brasil.