Brasil deve “tirar proveito da crise internacional”, diz Lula na CNT
Candidato do PT ao Planalto também disse reforma tributária seria complexa de aprovar e sugeriu mudanças “ponto por ponto”
atualizado
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O candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira (28/7) a empresários do setor de transportes que pretende se dedicar a “três palavras mágicas” caso seja eleito: “credibilidade, estabilidade e previsibilidade”.
O petista é o primeiro candidato a participar do Fórum da Confederação Nacional de Transportes (CNT) de Diálogos com os Presidenciáveis. Lula recebeu dos dirigentes da CNT um caderno de propostas para o setor, pedindo, por exemplo, “previsibilidade” no preço dos combustíveis.
Em seu discurso, Lula disse aos empresários que “o Brasil retrocedeu”. Para o petista, “a indústria naval acabou, a ferrovia andou menos do que poderia andar, as rodovias andaram menos do que deveriam e nós vamos ter que começar não tudo de novo, mas como se fosse um posto de gasolina: o país está sob nova administração”.
Lula também disse que o Brasil deveria “tirar proveito da chamada crise internacional”, se colocando “como solução para quem está em crise”.
“A China está em crise com os EUA? Vamos nos colocar à disposição da China para enfrentar os EUA. Os EUA estão em crise com a China? Vamos nos colocar à disposição dos EUA para enfrentar a China. o Brasil tem que tirar proveito do seu potencial”, discursou.
Reforma fatiada
O ex-presidente também falou sobre Reforma Tributária aos empresários. Ele disse que pactuou um texto com governadores e setor produtivo em 2007, quando era presidente, mas que o Congresso travou a tramitação.
“Não sei se devemos falar sobre reforma tributária, que é uma coisa complexa. Quem sabe a gente pega os pontos cruciais e, ponto por ponto, a gente possa fazer com que aconteça no Brasil um modelo de tributação que possa satisfazer a todas as pessoas. Tanto a quem produz quanto a quem consome”, afirmou.
Agendas em Brasília
Lula está em Brasília essa semana para eventos e encontros com lideranças políticas.
Mais cedo, nesta quinta, ele esteve na Universidade de Brasília (UnB), onde participou da 74ª Reunião Anual Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e criticou o que chamou de “apagão científico” promovido pelo governo Bolsonaro.
“E o resultado mais trágico do apagão científico que estamos vivendo hoje é a morte de mais de 600 mil pessoas pela Covid-19. O atual governo chegou ao cúmulo de boicotar as vacinas que salvaram milhares de vidas ao redor do mundo”, criticou.
No mesmo evento, Lula rebateu as frequentes provocações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que cita episódios de corrupção envolvendo os governos petistas. “Me parece que ele não sabe a família que ele tem”, disse Lula.
O ex-presidente afirmou que o “atual governo colocou o Brasil em uma máquina do tempo rumo ao passado”. “Corrupção, desemprego, fome, ameaça a democracia são as marcas desse desgoverno que nega a ciência”, disse.
Na sexta-feira (29/7), o presidenciável participa da convenção partidária do PSB, que deve aprovar a candidatura a vice de Geraldo Alckmin na chapa com o petista.
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