Brasil corre risco de perder selo de erradicação do sarampo
O país tem três estados com surto da doença: Amazonas, Roraima e Pará. O primeiro caso foi registrado em fevereiro de 2018
atualizado
Compartilhar notícia
O Brasil corre o risco de perder o certificado de erradicação do sarampo, obtido há três anos. Sem conseguir controlar a transmissão da doença e com baixa cobertura vacinal, o país tem no momento três Estados com surto: Amazonas, Roraima e, mais recentemente, o Pará. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu nessa quinta-feira (14/2) haver ainda risco de casos na Bahia, devido ao fluxo de transporte nesse período do ano.
Apesar do número expressivo de registros no País, é ainda baixo o percentual da população imunizada. Dados preliminares do ministério indicam que metade das cidades não atingiu a meta de cobertura vacinal – igual ou superior a 95%.
No Pará, por exemplo, 83,3% dos municípios não atingiram a meta. Em Roraima, foram 73,3%; no Amazonas, 50%. “Estamos no precipício”, disse o ministro, ao se referir à cobertura de vacinas em geral no País. Numa reunião com secretários estaduais e municipais de saúde, observou que a situação é reflexo de uma sucessão de fatores.
O certificado de erradicação é retirado quando se registra a transmissão da doença durante um ano. A data-limite é a próxima segunda-feira, dia 18. A definição do status brasileiro, contudo, será conhecida só dias depois, com a confirmação da doença. Isso geralmente ocorre em um intervalo de até dez dias. Dentro do ministério, porém o desfecho é dado como certo.
O primeiro caso de sarampo entre brasileiros ocorreu no dia 19 de fevereiro de 2018. Antes dessa data, o país já identificava alguns pacientes doentes – eram imigrantes da Venezuela. Mandetta observou que, se a cobertura vacinal fosse adequada, os casos seriam isolados. Houve, no entanto, surto da doença.
Ele ressaltou que a baixa cobertura vacinal não se resume ao sarampo – e lembrou de difteria e pólio. O ministério planeja uma grande campanha nacional pela vacinação. A ideia é aproveitar a mobilização contra a gripe e atualizar cadernetas. O anúncio deve ser feito para marcar cem dias do governo Jair Bolsonaro (PSL).