metropoles.com

Brasil busca parceria internacional na ONU para combate à tortura

Em comitê sobre tortura na ONU, ministro Silvio Almeida criticou leniência de Jair Bolsonaro com o assunto e se comprometeu a retomar debate

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Ruy Conde – Ascom/MDHC
ministro-direitos-humanos
1 de 1 ministro-direitos-humanos - Foto: Ruy Conde – Ascom/MDHC

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, reforçou, nesta quarta-feira (19/4), o interesse do Brasil em colaborar com o amadurecimento das políticas nacionais e internacionais contra casos de tortura, durante sessão de comitê da Organização das Nações Unidas (ONU) que, entre outras pautas, julga como o país tem lidado com o tema.

Durante o encontro, Almeida destacou que a nova gestão está comprometida com um renascimento das discussões sobre o assunto. A 76ª Sessão do Comitê de Combate à Tortura da Organização das Nações Unidas, em Genebra, voltará a ouvir representantes de direitos humanos brasileiras nesta quinta-feira (20/4), às 20h, horário de Brasília.

Na ocasião, não faltaram críticas à gestão do então presidente Jair Bolsonaro (PL).  “Nos últimos anos, tivemos à frente da condução do país um presidente da República que cultuava torturadores e incentivava toda sorte de abusos do poder público, particularmente daqueles que detêm o monopólio do uso da força, contra a própria população”, denunciou o ministro.

Almeida destacou que Bolsonaro omitiu informações em um relatório apresentado à ONU sobre quais políticas públicas o Estado adotava para combater e diminuir os casos de tortura no país.

“O relatório que foi entregue aos senhores no governo anterior, infelizmente, não reflete de maneira honesta a realidade da prática da tortura em nosso país”, ressaltou o ministro.

Como adiantou o colunista Jamil Chade, do portal UOL, a comissão da ONU aproveita a presença brasileira para denunciar uma possível omissão do ex-presidente sobre o assunto, ao submeter um documento que relatava apenas as ações governamentais até 2018. Os quatro anos da gestão bolsonarista não estavam contempladas no relatório.

Tortura e sistema carcerário

Durante o discurso, Silvio Almeida voltou a defender uma revisão do sistema prisional brasileiro para combater os casos de tortura no país. De acordo com o ministro, o atual cenário “tem como alvo preferencial a população pobre e negra do país”.

“Não custa recordar que o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão. Ainda hoje, a população negra, que constitui mais da metade de nossa população, é a principal vítima da violência policial, das execuções sumárias, do superencarceramento e da tortura”, afirmou.

Como uma resposta ao problema, o chefe da pasta voltou a mencionar o Projeto Mandela, em fase de finalização no ministério, para atender as pessoas em situação de privação de liberdade.

“O projeto visa a atuação interministerial e intersetorial de promoção dos direitos humanos em defesa dos direitos da população em situação de privação de liberdade, particularmente no que se refere ao devido processo legal, ao enfrentamento à tortura e à promoção de políticas de desencarceramento, com base em previsões normativas de âmbito nacional e internacional, dentre as quais a Constituição Federal, a Lei de Execução Penal, a Convenção Americana de Direitos Humanos e as Regras de Mandela das Nações Unidas”, explicou.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?