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Brasil abriga mais de 9 mil indígenas venezuelanos; 47% têm até 17 anos

Agência para refugiados da ONU estima que 1.293 indígenas venezuelanos são crianças em risco; e outros 213, menores desacompanhados

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Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
Refugiada venezuelana Herminia Zapata percorre semáforos do DF para conseguir dinheiro com caixinha e placa. Ela usa vestido florido e máscara amarela - Metrópoles
1 de 1 Refugiada venezuelana Herminia Zapata percorre semáforos do DF para conseguir dinheiro com caixinha e placa. Ela usa vestido florido e máscara amarela - Metrópoles - Foto: Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A população indígena venezuelana no Brasil atingiu a marca de 9,4 mil pessoas, segundo dados divulgados pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) no Brasil. Ao todo, cinco etnias da Venezuela representam o continengente de povos originários refugiados e migrantes em território brasileiro.

Entre os indígenas que vivem no Brasil, cerca de 2 mil são crianças ou adolescentes, ou 47% do total, e outros 217 são idosos. Em termos numéricos, a etnia mais expressiva é a Warao (67%), seguida dos Pémon (28%), E’ñepá (2%), Kariña (2%) e Wayúu (1%), todas oriundas do país vizinho.

Em abril, 10 indígenas refugiados participaram das mobilizações do Acampamento Terra Livre, em Brasília, um dos eventos mais importantes do movimento indígena brasileiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no local e formalizou a demarcação de seis terras indígenas no país.

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Indígenas durante manifestação, do acampamento "Livre Terra"
Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional. / Metrópoles
Lula durante visita a indígenas acampados em Brasília
Presidente Lula participou de evento com indígenas em Brasília em abril
Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional
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Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional. / Metrópoles

Fotos: Vinícius Schmidt/Metrópoles
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Indígenas durante manifestação, do acampamento "Livre Terra"

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Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional. / Metrópoles

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Lula durante visita a indígenas acampados em Brasília

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Presidente Lula participou de evento com indígenas em Brasília em abril

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Indígenas de todo o Brasil marcham do Acampamento Terra Livre, na Praça da Cidadania, até o Congresso Nacional

Fotos: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Os venezuelanos representam a maior parte dos refugiados acolhidos no Brasil.

Situação de vulnerabilidade

Longe de seus países de origem, refugiados se despedem dos próprios lares rumo ao Brasil, levando na mala a expectativa de encontrar qualidade de vida do outro lado da fronteira.

Diferente de um migrante comum, esses cidadãos fogem do país de origem forçados por situações adversas como perseguições políticas e religiosas, desastres naturais, guerras, violações de direitos humanos e extrema pobreza.

Entretanto, a recepção em território brasileiro nem sempre é acolhedora. Apesar de ser reconhecido internacionalmente como um dos países mais abertos a refugiados, índices de desemprego, insegurança alimentar e dificuldade de acesso à saúde e educação são desafios enfrentados pelos estrangeiros que chegam ao Brasil.

A situação é ainda mais grave quando se inclui os obstáculos enfrentados por povos originários na equação. Ao todo, 3.814 indígenas venezuelanos estão incluídos no CadÚnico do governo federal, plataforma voltada para identificar e dar visibilidade às famílias em situação de vulnerabilidade.

O número de cadastros na plataforma saltou de 3.194 em agosto de 2022 para 3.814 e janeiro de 2023, um aumento de quase 20% em apenas quatro meses. É o que aponta o painel permanente de Perfil Populacional Indígena, também do Acnur.

Condições agravantes

Além das condições de vulnerabilidade impostas pela condição de migrante ou refugiado, uma parcela dos indígenas venezuelanos enfrenta outras situações agravantes.

Nesse universo, quase 1,3 mil crianças são classificadas pela agência da ONU como “em situação de risco”, enquanto outras 213 são menores desacompanhados.

Há ainda quase 300 mulheres indígenas vítimas de violência de gênero ou classificadas como “em risco”.

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