Boulos: “Vou me empenhar muito para derrotar Eduardo Bolsonaro em SP”
Ao Metrópoles, Boulos disse que sua candidatura a deputado tem o objetivo de derrotar os Bolsonaros e fortalecer a bancada progressista
atualizado
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São Paulo – Antes pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSol, Guilherme Boulos optou por disputar uma vaga para a Câmara dos Deputados. O líder do Movimento Nacional dos Trabalhadores sem Teto (MTST) avalia que é preciso “unidade” para derrotar o bolsonarismo e os tucanos em São Paulo, e por isso defende que todo o campo progressista se una em prol de Fernando Haddad (PT) na disputa estadual.
“Para a gente derrotar a máquina tucana que está há 27 anos no governo, derrotar o bolsonarismo também, vamos precisar ter unidade, então eu defendo que a gente construa unidade. Meu gesto foi nesse sentido de apontar para a unidade para que a esquerda possa ganhar em São Paulo”, falou ao Metrópoles.
Boulos pretende usar seu nome com o objetivo de puxar votos para demais colegas de partido e fortalecer a bancada psolista de São Paulo na Câmara, e já escolheu Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como seu grande opositor nessa disputa. Para isso, diz que deve correr todo o estado de São Paulo, algo que vem fazendo desde o ano passado e deve ser fortalecido nos próximos meses.
“Não podemos permitir que o Eduardo Bolsonaro seja de novo o mais votado em São Paulo e no Brasil. Nós temos que derrotar o [presidente Jair] Bolsonaro na eleição presidencial e o seu filhote aqui em São Paulo, estou muito empenhado nessa tarefa”, dispara.
Outra razão apresentada por Boulos é “a necessidade de eleger uma bancada progressista no Congresso Nacional” que possa fortalecer pautas como a “revogação do teto de gastos e da reforma trabalhista”. “Muitas vezes, a eleição parlamentar fica em segundo plano, mas a gente está vendo agora com o Centrão mandando no Brasil e com a chave do cofre, é muito importante ter uma bancada comprometida com os interesses populares e eu quero ajudar nesse processo, e ajudar o PSol aumentar sua bancada”, afirmou.
Cláusula de barreira
Aumentar a bancada da legenda é preocupação do partido todo, que precisa superar a cláusula de barreira nas eleições de 2022 para ter acesso ao fundo partidário e continuar existindo. Hoje, o PSol tem nove deputados federais eleitos, mas precisa de mais: a partir deste ano, as siglas devem ter ao menos 2% dos votos válidos, ou eleger pelo menos 11 deputados federais distribuídos em nove estados.
Outros nomes que o PSol provavelmente lançará na disputa de outubro são os deputados federais Luiza Erundina, Ivan Valente e Sâmia Bonfim, que tentarão a reeleição, a vereadora de São Paulo Erika Hilton, a deputada estadual Erica Malunguinho e Sonia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Agora sem Boulos na jogada, a disputa para o governo de São Paulo no campo à esquerda ainda segue indefinida: Haddad deve disputar o cargo pelo PT, e Márcio França não abre mão da eleição pelo PSB. Os dois partidos tentam chegar a um acordo, mas não houve avanços.
O PSol ainda não oficializou apoio a nenhum dos dois, mas o líder do MTST defende o petista na disputa. “Fernando Haddad eu vejo, hoje, como o que tem melhores condições de canalizar a unidade da esquerda para ajudar a derrotar os tucanos em São Paulo”, opina.
“O partido precisa fazer sua discussão interna para decidir se vai ou não compor com Haddad. Eu defendo que componha, agora esse debate vai depender do diálogo interno do partido em suas instâncias e com a militância.”