Boulos está confiante para 2º turno com voto anti-Bolsonaro e anti-Doria
O candidato se reuniu com guardas civis e disse que pretende aumentar efetivo e mudar modelo de segurança
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – O ligeiro crescimento nas últimas pesquisas deixou o candidato Guilherme Boulos (PSol) mais confiante em chegar ao segundo turno nas eleições municipais de São Paulo. E bateu nos adversários políticos em nível estadual e nacional.
“Cresce uma onda que não quer Bolso-Doria no segundo turno. São Paulo é muito grande para ser puxadinho do Palácio do Planalto ou dos Bandeirantes”, disse o líder sem-teto, referindo-se aos padrinhos políticos dos líderes nas pesquisas —presidente Bolsonaro abençoa a candidatura de Celso Russomanno (Republicanos); governador João Doria (PSDB), a de Bruno Covas (PSDB).
Boulos fala sobre a pesquisa:
Embora seja o terceiro candidato na preferência do eleitorado, segundo números divulgados pelo Datafolha, ele cita o derretimento de Russomanno para explicar seu otimismo: “O Russomanno, há um mês, tinha 20 pontos a mais do que eu. Hoje tem seis. Estamos empatados no limite da margem de erro.”
As declarações foram dadas a jornalistas no centro de São Paulo, na porta da sede do Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo (Sindguardas-SP), entidade que representa os servidores da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e que tem se reunido com todos os pretendentes à Prefeitura.
A GCM reclama mais concursos para reduzir o déficit do efetivo, que é de 5.981 integrantes atualmente, muitos beirando a aposentadoria, e autonomia. Nos bastidores da segurança pública, guardas reclamam que o órgão muitas vezes tem que se reportar à Polícia Militar (PM) e a demandas do governo estadual, o que deturparia o caráter preventivo de crimes e contravenções da GCM.
O candidato psolista foi de encontro à demanda, prometendo valorização da carreira e criticando episódios de violência envolvendo agentes de segurança.
“Queremos contratar mais 2 mil agentes e fazer de São Paulo um exemplo de segurança cidadã, sobretudo na periferia. Eu sei que os guardas não fazem isso [episódios de violência] porque querem, é ordem de cima”, apontou Boulos.
Ele disse que quer mudar a relação entre agentes de segurança e população que mora em bairros pobres.
“Queremos outro modelo, que respeite os direitos humanos e que também proteja uma mãe que sai da Brasilândia de madrugada pra trabalhar, para que não seja assaltada no ponto de ônibus. No meu governo não quero expor GCM ao constrangimento de arrancar cobertor de morador de rua ou correr atrás de vendedor ambulante”, afirmou.