Boulos diz que déficit da Previdência não impedirá realização de concursos
Candidato do PSol diz que “se expressou mal” quando disse que os concursos atenuariam o déficit, mas que uma coisa não exclui a outra
atualizado
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São Paulo – Guilherme Boulos (PSol) voltou a defender a realização de novos concursos mesmo num momento em que a Prefeitura de São Paulo enfrenta dificuldade em cobrir os gastos com a Previdência.
O candidato promete revisar o Sampaprev, nome dado ao novo regime de previdência dos servidores municipais aprovado e sancionado por Bruno Covas (PSDB) em dezembro de 2018 em meio a protestos.
E ainda quer realizar mais concursos, o que na opinião de economistas como Pedro Fernando Nery e Elena Landau incharia ainda mais os gastos com recursos humanos da prefeitura. “Sabe por que a previdência do serviço público se torna deficitária? Porque não se faz concurso. Porque para a previdência se equilibrar tem que ter mais gente contribuindo, e não só gente recebendo” disse o candidato durante sabatina do jornal O Estado de São Paulo, na semana passada.
Durante sabatina na Rádio Eldorada desta segunda (23/11), o ativista disse que se expressou mal sobre o tema dado. “Eu me expressei mal naquele dia. O que eu quis colocar foi o seguinte: quando um funcionário terceirizado, e hoje as contratações da prefeitura vão no sentido da terceirização, ele contribui para o regime geral do INSS, mas, quando ele é concursado, ele contribui para o regime próprio. O que eu sustento é que a previdência não pode ser utilizada como argumento para não fazer concursos públicos”, declarou Boulos.
O candidato, no entanto, não esmiuçou o problema oferecendo outras soluções para a questão do déficit previdenciário da prefeitura.
O ativista conta com apoio de outros economistas, como Laura de Carvalho, que apostam no programa Renda Solidária, que oferece um auxílio emergencial à população paulistana mais carente, o que poderia manter um “ciclo virtuoso” da economia da cidade, gerando mais renda e mais arrecadação.
Em entrevista ao Metrópoles sobre a visão da política e da economia do PSol, o presidente nacional da sigla de Boulos, Juliano Medeiros, disse que o partido não vai na linha de adotar medidas de austeridade num momento de crise.
“Nós acreditamos que políticas de austeridade são destrutivas. Num momento de crise, e isso não sou eu que digo, a recomendação do FMI, do Banco Mundial e da OCDE é que os Estados gastem. Hoje, só defende contenção quem é de mais atrasado no pensamento econômico, do Paulo Guedes para baixo”, declarou Medeiros na ocasião.