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Boulos denuncia que membro do MTST em Sergipe foi morto pela PM

Segundo coordenador do MTST, Polícia Militar disparou cerca de 20 tiros na ocupação Valdice Teles. Will Goiana da Silva deixa duas filhas

atualizado

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Will Goiana da Silva
1 de 1 Will Goiana da Silva - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Um membro do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foi morto na madrugada desta quarta-feira (16/3), na ocupação Valdice Teles, em Aracaju, Sergipe, durante suposta troca de tiros com a Polícia Militar de Sergipe (PMSE). A vítima foi identificada como Will Goiana da Silva (foto em destaque).

O coordenador do MTST, Guilherme Boulos (PSol), afirmou, em uma rede social, que a PM “assassinou” o homem.

“Foram disparados mais de 20 tiros e há moradores feridos. Will estava na festa de aniversário de sua mãe. Ele deixa duas filhas”, escreveu Boulos, ao exigir justiça.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe informou ter realizado uma operação na noite de terça-feira (15/3) após receber denúncias de que havia homens arcados na ocupação. O grupo também estaria planejando roubar motocicletas para cometer outros crimes, como homicídios.

“Ao chegar ao local, as equipes policiais visualizaram um grupo que, ao perceber a aproximação dos agentes, fizeram disparos de arma de fogo. Um dos suspeitos, acabou sendo atingido, foi socorrido ao Huse, mas veio a óbito. A operação resultou na apreensão de uma arma de fogo”, detalhou a pasta.

“Além disso, a equipe constatou que foi disparado um alarme para alertar criminosos sobre a presença da polícia no local. Esse outro grupo responsável por esse alerta, também incitou moradores para dificultar a operação. A ação policial também resultou na prisão de responsáveis por liderar a ação que dificultou a interceptação dos criminosos”, acrescentou.

Ao Metrópoles, a coordenação do MTST em Sergipe nega que houve troca de tiros e diz que os disparos vieram apenas da polícia.

“A comunidade viu a polícia carregando um corpo na lateral da ocupação e se assustou, começou a gritar. Então, a PM viu que a comunidade viu e eles [os policiais] desceram do carro, entrando na ocupação, já atirando discriminadamente. Foram cenas de filme de terror”, detalhou Izadora Brito, advogada do MTST.

“Não foi apreendido absolutamente nada. Nenhum tipo de droga, nenhum tipo de arma. Não houve confronto. Foi uma política de extermínio mesmo. Chegaram, desceram do carro atirando pra todos os lados. E um dos coordenadores foi espancado”, prosseguiu.

Quatro pessoas foram encaminhadas para a Delegacia Plantonista. A Polícia Civil investiga se há o envolvimento com outros crimes envolvendo roubos na região.

Em julho de 2020, o MTST informou que 437 famílias moram na ocupação Valdice Teles, que conta com horta comunitária e cozinha coletiva.

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