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Bonde do Zinho queimou ônibus e movimentou R$ 135 milhões em 7 anos

Milícia Bonde do Zinho é alvo de operação de grupo antilavagem do governo nesta quarta-feira (28/2). Grupo atua na Zona Oeste do Rio

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Foto colorida de BRT pegando fogo no Rio de Janeiro Bonde do Zinho - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de BRT pegando fogo no Rio de Janeiro Bonde do Zinho - Metrópoles - Foto: Reprodução/Redes

Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza na manhã desta quarta-feira (28/2) a primeira operação do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) contra a milícia Bonde do Zinho, que atua na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O grupo teria movimentado R$ 135 milhões nos últimos sete anos.

O Cifra é uma cooperação do governo federal, das forças de Segurança do Rio de Janeiro, do Ministério Público Federal e fluminense e dos órgãos de fiscalização financeira, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Receita Federal.

Entre os alvos da operação estão nove pessoas diretamente ligadas ao miliciano Zinho, que está preso desde o dia 24 de dezembro do ano passado, e empresas de telefonia e terraplanagem.

Bonde do Zinho

Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, de 44 anos, está preso desde o dia 24 de dezembro de 2023, quando se entregou à Polícia Federal (PF). Ele é considerado o chefe da maior milícia do Rio de Janeiro.

Segundo a polícia, foi o Bonde do Zinho que realizou uma série de ataques no Rio de Janeiro em outubro do ano passado, com a queima de mais de 30 ônibus e um trem.

O miliciano tinha ao menos 12 mandados de prisão em aberto e era considerado foragido desde 2018. Ele acabou detido após tratativas entre advogados dele com a PF e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Zinho se apresentou aos policiais federais da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE-PF/RJ) e do Grupo de Investigações Sensíveis e Facções Criminosas (Gise/PF), na superintendência regional da corporação. Depois, acabou transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, prisão de segurança máxima na zona oeste do Rio de Janeiro.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do estado informou que Zinho era considerado “inimigo número um” do Rio de Janeiro e que comandava uma “máfia” que “parou” a zona oeste da Cidade.

Após a prisão do miliano, ao menos, cinco pessoas morreram em ataques na capital fluminense. Antônio Carlos dos Santos Pinto, conhecido como Pit, apontado como sucessor de Zinho no comando da organização, foi executado em uma favela na zona oeste da capital. O crime aconteceu ainda em dezembro de 2023.

Ligação política

Investigações da Polícia Federal apontam que o Bonde do Zinho tinha um apadrinhamento político. De acordo com a corporação, a deputada estadual Lúcia Helena de Amaral Pinto (PSD-RJ), mais conhecida como Lucinha, e uma assessora atuaram em benefício de do grupo ligado ao tráfico de drogas, que protagonizou os ataques ao transporte público da capital fluminense.

Intitulada de “madrinha” pelas lideranças do grupo criminoso, a parlamentar foi afastada pela Justiça, por tempo indeterminado, de exercer atividades legislativas. Também foi proibida de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, e de frequentar a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

A deputada chegou a trocar áudios com integrantes da milícia. O diálogo aconteceu entre a parlamentar e o miliciano Domício Barbosa de Souza, o Dom, que é apontado pela polícia como responsável financeiro do grupo criminoso.

Comitê de investigação

O Cifra foi criado pelo governo federal em parceira com o governo estadual do Rio, em outubro do ano passado. O grupo tenta dificultar o financiamento do crime organizado, especialmente da milícia.

A medida foi proposta pelo governo do Rio de Janeiro em reunião com o então secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

À época, ataques coordenados pela milícia foram executados ao transporte público na capital, em represália à morte do miliciano Matheus Rezende pela Polícia Civil.

 

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