Bombeiros do Rio enviarão 2 grupos de buscas com cães para Brumadinho
O retorno dos grupos, formados, cada um, por um militar e um cão, foi solicitado pelas autoridades mineiras
atualizado
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O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro enviará na quinta-feira (7/2), a Brumadinho (MG), dois grupos especializados em busca de corpos com a ajuda de cães, para auxiliar nos trabalhos de resgate. O retorno dos grupos, formados, cada um, por um militar e um cão, foi solicitado pelas autoridades mineiras.
Um grupo de 80 militares do Rio de Janeiro começou a atuar na tragédia no dia seguinte ao rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, ocorrido no dia 25 de janeiro. Depois de uma semana atuando no local, a tropa retornou ao Rio depois de ser dispensada pelos bombeiros mineiros.
Os militares foram condecorados nesta quarta-feira (6/2) com a Medalha do Mérito Força e Coragem, honraria criada em 2012 em reconhecimento a bombeiros que tenham se destacado em grandes operações.
Um dos bombeiros que retornará a Brumadinho é o segundo-tenente William José Pellerano, de 30 anos. Seu aniversário, no próximo domingo (10/2), será celebrado durante a operação de resgate.
Com quatro anos de Corpo de Bombeiros e vários cursos de treinamento, Pellerano disse que nada prepara um ser humano para lidar com uma catástrofe como a que atingiu Brumadinho.
“Ninguém espera uma catástrofe dessa magnitude. Eu participei, no ano passado, em outubro, da tragédia em Niterói. Meu cão encontrou 14 das 15 vítimas. Quando você depara com um cenário como o de Brumadinho, você não sabe muito bem o que fazer. A gente tem que lembrar do treinamento, de tudo o que a gente aprendeu, de todos os protocolos, procedimentos e executar da melhor maneira possível”, disse.
Segundo ele, as buscas em Brumadinho são um trabalho difícil. “A lama lá não é só terra, tem minério também, é difícil acessar. Tem o risco iminente de atolar, cair, de alguma estrutura se soltar, de rompimento de outras barreiras. E é um trabalho delicado, porque a profundidade é muito grande. Os cães buscam até uma certa profundidade, então tem que ir removendo terra e trabalhando o cão, até a gente encontrar o maior número de pessoas”, explicou.
Para o tenente, outra dificuldade do trabalho é lidar com a dor dos parentes. “Mas a gente não pode esmorecer por isso. A gente sabe que tem que continuar trabalhando, porque a gente encerra uma história, a gente encontra o parente que está faltando, a gente vai dar aquele filho, marido e irmão que vai ser sepultado. É triste a gente saber que está indo procurar pessoas que estão em óbito, mas é gratificante ver a família encerrando a história com o mínimo de dignidade”, disse o oficial, que se casará no próximo dia 23.