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Bombeiros buscam desaparecidos após deslizamento abrir cratera no AM

Desmoronamento às margens do rio Solimões abriu cratera em área de porto. Duas pessoas estão desaparecidas, uma de 6 e outra de 37 anos

atualizado

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Imagem colorida de Desabamento em Manaus
1 de 1 Imagem colorida de Desabamento em Manaus - Foto: Reprodução

Após uma cratera gigante se abrir no Porto da Terra Preta, em Manacapuru, às margens do rio Solimões, na região metropolitana de Manaus (AM), equipes de resgate buscam duas pessoas desaparecidas. Os procurados são uma menina, de 6 anos, e um homem, de 37.

O deslizamento aconteceu na tarde de segunda-feira (7/10) e 10 pessoas ficaram feridas, do quais oito receberam alta médica.

De acordo com o coronel Alexandre Freitas, do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, informações repassadas pelas equipes de busca garantem que os dois desaparecidos estão dentro do rio.

“Nossos bombeiros estão trabalhando com equipes de mergulho e as informações que chegaram é que essas duas pessoas estão desaparecidas em meio liquido, na água do rio, e nossas equipes estão trabalhando para localizá-las, esse é o nosso trabalho atualmente, nossa prioridade tática”, afirmou o coronel Alexandre Freitas.

Desaparecidos

Inicialmente, na manhã de terça (8/10), a Prefeitura de Manacapuru, por meio da Defesa Civil do município, informou que quatro pessoas estavam desaparecidas. Horas depois, em coletiva de imprensa, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), responsável pelas buscas, atualizou o número para duas pessoas.

A menina desaparecida foi identificada como Letícia Correia de Queiroz. A casa flutuante onde ela vivia com a família foi levada pelo deslizamento do barranco. Segundo parentes, na hora do acidente, ela estava com dois irmãos mais velhos, que conseguiram se salvar.

Segundo o pai de Letícia, a família vivia na casa flutuante na orla há 28 anos. Ele e a esposa estavam pescando no momento do desabamento, que destruiu a estrutura onde moravam. Letícia e os dois irmãos, de 18 e 15 anos, estavam no local. Os pais presenciaram a tragédia a partir do rio.

“Olhamos para lá, e não vimos mais o nosso flutuante, aí, o desespero tomou conta. A minha mulher começou a passar mal. Foi o desespero maior, porque todos os meus três filhos estavam dentro desse flutuante”, contou ele ao g1.

O segundo desaparecido é Frank Lins Pinheiro de Souza.

Alerta de cuidado

O DNIT, responsável pela fiscalização da estação hidroviária próxima ao acidente, sinalizou a área, alertando pra que as pessoas mantenham distância.

Uma equipe de técnicos será enviada de Brasília para fazer uma análise geológica do terreno e também mapear o impacto do deslizamento na estrutura do porto. A Marinha informou que vai instaurar um inquérito pra apurar o acidente.

Deslizamento

De acordo com o coronel Máximo, da Defesa Civil, ainda não é possível confirmar que o desabamento do porto do município foi causado pelo fenômeno de terras caídas, que ocorre durante o período de estiagem na região amazônica.

“Ainda é precoce dizer isso. Parece que ali também é um ponto de aterro. Então, a gente está fazendo um levantamento ainda para entender se foi um fenômeno de terras caídas propriamente dito uma causa natural, ou se foi por conta de aterro”, informou.

Segundo Fábio Sabbá, coordenador do Laboratório de Análise e Tratamento de Solos da UFAM, seca do rio pode ter influenciado a área de queda. “É na verdade uma movimentação de massa, que acontece nas margens dos grandes rios, que têm uma série de relação com outros processos. A gente precisa lembrar que semana passada choveu bastante nessa região, o solo fica pesado e com o recuo constante do rio, a descida constante, essa massa acaba sendo movimentada em direção ao canal”.Seca histórica

Manacapuru fica a 68 km da capital, às margens do rio Solimões. Neste ano, o rio registrou níveis extremamente baixos devido à seca. No último dia 30, a região do Baixo Solimões atingiu 2,90 metros, o nível mais baixo já registrado no município.

A seca de 2024 no Amazonas é considerada a pior da história em termos de impactos econômicos e sociais, ultrapassando a de 2023 — até então considerada a pior da história —, segundo a Defesa Civil estadual. Todos os 62 municípios do estado estão com situação de emergência declarada, por conta estiagem e das queimadas.

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