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Bolsonaro vai saltar de paraquedas para “mostrar produto” a árabes

O KC-390 virou alvo de polêmica entre a FAB e a Embraer esta semana, quando a Força afirmou que não vai comprar toda a produção da empresa

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Aeronave KC-390 Jair Bolsonaro – aviao FAB
1 de 1 Aeronave KC-390 Jair Bolsonaro – aviao FAB - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviada especial aos Emirados Árabes – Em conversa com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou sobre a polêmica entre a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Embraer com a compra do avião KC-390. Ele ressaltou que não há como, financeiramente, a FAB adquirir um número maior de aeronaves.

O comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, anunciou na sexta-feira (12/11) que a instituição iria reduzir a quantidade contratada de KC-390 de 28 para 15, alegando questões financeiras para a decisão de reduzir em 25% no valor dos contratos, firmados em 2014. FAB anuncia compra menor de aviões cargueiros da Embraer, que reclama.

“Conversei com o comandante da Força Aérea, brigadeiro Baptista, e não tem como comprar tudo aquilo. Nós temos que ter uma frota que nós possamos mantê-la operacional. E você não pode comprar um avião como se compra um carro e botar na garagem. Ele tem que se movimentar. Isso custa caro”, afirmou o presidente, em Dubai, onde iniciou, neste sábado (13/11), visitas a países árabes.

De acordo com Bolsonaro, a questão não se trata de uma quebra de contrato, mas que o orçamento da Força Aérea está “apertado”. “Aqui, por coincidência, falei com o xeiqui [emir de Dubai, Mohammed bin Rashid Al Maktoum, primeiro-ministro e vice-presidente dos Emirados Árabes]. Ele tem interesse em adquirir os KC-390. Pode ter certeza que não vai ser por falta de mercado que a Embraer não vai trabalhar”, apontou.

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O KC-390 é alvo do imbróglio entre Embraer e FAB
Jair Bolsonaro mostra modelo do KC-390
Bolsonaro se encontrou com emir dos Emirados Árabes
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O presidente contou que faria um pouso com um KC nos Emirados Árabes, mas, sem contar o motivo, disse que a operação foi cancelada. Apesar disso, Bolsonaro disse que está previsto um salto dele no Lago Paranoá, em Brasília.

“Sou paraquedista. Qual o objetivo disso? Mostrar o nosso produto. Pela minha idade, eu não posso mais pousar em solo porque eu posso ter uma fratura”, detalhou.

Bolsonaro reforçou que a situação com a FAB não vai prejudicar a Embraer. “Um avião você não faz de uma hora para outra. A Embraer é uma potência. Então, não vai ter esse problema. A Embraer está em vários países do mundo, então, mercado não falta para a gente”, concluiu.

Agenda internacional

O presidente Jair Bolsonaro chegou aos Emirados Árabes acompanhado da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro, do chanceler Carlos França e do ministro da Economia, Paulo Guedes. O mandatário da República ainda completará o “giro comercial” passando por Bahrein e Catar, na próxima semana.

Integram ainda a comitiva presidencial: Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Gilson Machado (Turismo), Braga Netto (Defesa) e Mário Frias (secretário especial de Cultura). O almirante Flávio Rocha (secretário de Assuntos Estratégicos) e os filhos do presidente Eduardo e Flávio também acompanham a viagem.

De acordo com o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega, a viagem aos países do Golfo Pérsico servirá para a troca de ideias. O objetivo é atingir, “no mais alto nível, um intercâmbio sobre impressões do mundo pós-pandemia”.

A agenda internacional ainda inclui reuniões para debater a alta do petróleo, que tem impacto direto nos preços dos combustíveis no Brasil, e a transição energética.

Esta é a segunda viagem presidencial de Bolsonaro a países do Oriente Médio e a nações que ficam na região do Golfo Pérsico. Em 2019, ainda no primeiro ano de mandato, o presidente brasileiro visitou Riad, na Arábia Saudita; Abu Dhabi, nos Emirados Árabes; e Doha, no Catar.

Bahrein e Catar

Dando continuidade à viagem no Golfo, Bolsonaro chega a Manama, capital do Bahrein, na manhã de 16 de novembro. Na agenda, está prevista a inauguração da embaixada brasileira no país, além de almoço e reunião bilateral com o rei do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa.

No dia seguinte, o chefe do Executivo federal desembarcará em Doha, no Catar. Logo na chegada ao país, o presidente brasileiro deverá se encontrar com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Thani, para uma reunião, seguida de cerimônia de assinatura de atos internacionais.

Os dois líderes ainda terão encontros privados e uma segunda reunião, com autoridades dos dois países. Após as agendas, Bolsonaro também deverá participar de um almoço oferecido pelo emir do Catar.

No período da tarde, está prevista a visita do presidente ao estádio Lusail, com a presença do presidente-executivo da Fifa. À noite, o o titular do Palácio do Planalto ainda deverá participar de jantar oferecido pelo emir do Catar a empresários do país.

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