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PF: Bolsonaro usou Abin para proteger Flávio e achar podres da Receita

Agentes da Abin faziam ações clandestinas contra auditores da Receita Federal responsáveis por relatório sobre Flávio Bolsonaro

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Jair e Flavio Bolsonaro
1 de 1 Jair e Flavio Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Elementos da investigação mostram o exercício de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) em ações clandestinas direcionadas contra os auditores da Receita Federal responsáveis por investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

Esses servidores do Fisco foram os responsáveis pela elaboração do relatório de inteligência fiscal (RIF) que deu origem à investigação que apurava o desvio de parte dos salários dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, o “caso das rachadinhas”.

O intuito, segundo as apurações, era “achar podres e relações políticas” dos servidores da Receita. A premissa investigativa ainda é corroborada pelo áudio de uma hora e oito minutos, possivelmente gravado pelo delegado Alexandre Ramagem, no qual o então presidente Bolsonaro e provavelmente a advogada do senador Flávio tratam sobre as supostas irregularidades cometidas pelos auditores da Receita na confecção do relatório.

Neste áudio, é possível identificar a atuação de Ramagem indicando, em suma, que seria necessária a instauração de procedimento administrativo contra os auditores da Receita com o objetivo de anular a investigação, bem como retirar alguns auditores de seus respectivos cargos.

Ainda de acordo com as apurações, o resultado da ação clandestina deveria ser “jogado num Word somente”, revelando assim o caráter de extra oficialidade. Outra orientação era: “Se conseguir, ver rede social da esposa”.

A continuidade das investigações também evidenciou a utilização dos recursos da Abin para monitorar autoridades dos poderes Judiciário (ministros do Supremo e os seus familiares) e Legislativo (senadores da República e deputados federais), com o objetivo de obter vantagens políticas.

As informações constam em relatório da investigação, que teve o sigilo levantado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STFAlexandre de Moraes.

Na manhã desta quinta-feira (11/7), a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, cujo objetivo é desarticular organização criminosa voltada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se da Abin.

Por meio de nota, o senador Flávio Bolsonaro ressaltou que não existia relação dele com a Abin. “Minha defesa atacava questões processuais, portanto, nenhuma utilidade que a Abin pudesse ter. A divulgação desse tipo de documento, às vésperas das eleições, apenas tem o objetivo de prejudicar a candidatura de Alexandre Ramagem à prefeitura do Rio de Janeiro”, ressaltou.

Prisão preventiva e busca e apreensão

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Salvador e São Paulo.

Até o momento, o Metrópoles confirmou as prisões de Giancarlo Gomes Rodrigues; ⁠Mateus Sposito, ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) na gestão anterior; ⁠Marcelo de Araújo Bormevet, policial federal; e Richards Dyer Pozzer. Rogério Beraldo de Almeida segue foragido.

Além deles, ex-assessores de Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro, foram alvo de busca e apreensão. Entre eles, José Mateus Sales Gomes.

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