Bolsonaro usa caso de Queiroga para questionar eficácia da Coronavac
O presidente afirmou que “nunca viu o ministro da Saúde sem máscara” e, mesmo após ter sido imunizado, “ele está infectado”
atualizado
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Na live que faz todas as semanas nas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar, nesta quinta-feira (23/9), a vacina Coronavac – produzida pelo Instituto Butantan –, contra a Covid-19. Segundo ele, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tomou duas doses do imunizante e mesmo assim está infectado.
“Estão vendo agora o ministro Queiroga, que tomou as duas doses da Coronavac e está infectado? Vivia de máscara e está infectado. Você pode atrasar, mas dificilmente você vai evitar”, disse o presidente, sobre a chance de contrair a doença.
Bolsonaro também disse que questionou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre o isolamento imposto a ele e à comitiva que o acompanhou após o retorno de Nova York (EUA), onde participaram da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
O presidente ressaltou que estaria nesta sexta-feira no Paraná, mas teve que cancelar a agenda porque a agência recomendou que ele ficasse de quarentena. Ele, então, teria contestado a orientação dor órgão: “Até quem tá vacinado tem que estar de quarentena? Vocês não acreditam na ciência?”, contou.
O presidente voltou a criticar o passaporte da vacina, medida já adotada por várias cidades brasileiras, como São Paulo. E usou Queiroga a Coronavac novamente como exemplos.
“Se o Queiroga tivesse ficado no Brasil, no Rio, em Copacabana… Lá tem que ter o cartão de vacina. Ele poderia circular por lá, tomar Coca-Cola, comer umas batatas fritas. Eu [fazendo referência ao fato de que ainda não se vacinou] não poderia. E como é que fica isso aí?”, perguntou.
Veja como foi a live:
Bolsonaro cumpre isolamento no Palácio da Alvorada, depois de ter tido contato com Queiroga, que foi diagnosticado na terça-feira (21/9) com Covid-19, na participação na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Após Queiroga testar positivo para a doença, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou, na quarta-feira (22/9), ofício à Casa Civil da Presidência da República recomendando isolamento aos integrantes da comitiva presidencial que estiveram em Nova York nos últimos dias.
A recomendação da agência é de isolamento de 14 dias para todos que tiveram contato com o ministro. O Planalto, contudo, afirmou que os integrantes da comitiva, incluindo Bolsonaro, seriam testados neste fim de semana, e deixariam o isolamento assim que os resultados saírem.
Assintomáticos
O secretário de Comunicação da Presidência, André Costa, informou que o presidente e a comitiva que o acompanhou na viagem estão assintomáticos e serão submetidos, no fim de semana, a testes RT-PCR para detectar se foram infectados pela Covid-19.
Depois da recomendação de isolamento, o presidente adotou uma agenda virtual. Nesta quinta pela manhã, ele participou, por videoconferência, da cerimônia de recondução do procurador-geral da República, Augusto Aras, por mais dois anos.