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Bolsonaro tem mais seguidores nas redes que principais rivais juntos

Presidente é seguido por 41,9 milhões de perfis em suas redes. Lula, Moro, Ciro, Doria e Leite têm, juntos, 26,1 milhões de seguidores

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Bolsonaro tem mais seguidores nas redes que os principais rivais somados
1 de 1 Bolsonaro tem mais seguidores nas redes que os principais rivais somados - Foto: Yanka Romão/Metrópoles

Sem uma coligação forte, com pouco tempo de TV e verbas parcas para fazer campanha, a chapa do então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro apostou fortemente em uma estratégia de comunicação pelas redes sociais na eleição de 2018. Embalado pela força na internet, conseguiu superar adversários mais bem posicionados em termos de estrutura e financiamento. Às vésperas de um novo pleito, o atual titular do Palácio do Planalto segue trabalhando para ampliar sua presença virtual e mantém vantagem nesse campo sobre os principais potenciais concorrentes.

A equipe de comunicação do chefe do Executivo federal faz postagens frequentes, cultiva perfis em mais plataformas do que outros presidenciáveis, investe em posts diferentes aproveitando as características de cada uma e cria tradições, como a live semanal das quintas-feiras, que já faz parte da agenda política brasileira. Como resultado, o mandatário do país ostenta mais seguidores do que a soma dos apoiadores dos seus cinco potenciais rivais mais bem posicionados nas pesquisas.

Bolsonaro acumula 41,9 milhões de perfis de seguidores contra 26,1 milhões de apoiadores de Lula (PT); Sergio Moro (Podemos); João Doria (PSDB); Ciro Gomes (PDT); e Eduardo Leite (PSDB) juntos. Veja uma comparação de todos eles com dados colhidos na última segunda-feira (1º/11) pela reportagem do Metrópoles:

 

Diversificação

Cultivando sua estratégia digital com vistas à eleição presidencial desde meados de 2014, Bolsonaro chegou a abril de 2018, na largada da campanha, bem à frente de todos os adversários, mas com um número bem menor do que o atual: eram 7,8 milhões de seguidores no Facebook, Instagram e Twitter. Na época, Marina Silva (Rede) ocupava a vice-liderança do ranking, com 4,2 milhões de seguidores; e o ex-presidente Lula (PT) estava na terceira posição, com o apoio de 3,6 milhões de internautas em suas redes.

Quatro anos depois, além de ter turbinado suas plataformas mais antigas, o mandatário da República apostou fortemente em novas opções, nas quais os adversários estão ausentes ou têm poucos seguidores, como canais no Telegram e perfis em redes obscuras – pelo menos no Brasil –, como Parler e Gettr.

Mesmo desconfiando da atuação da China na geopolítica mundial e com seu filho Eduardo já tendo defendido o banimento da rede no Brasil, o titular do Planalto abriu perfil oficial no Tiktok, a plataforma que mais cresce no mundo. Fora o presidente, apenas Ciro Gomes e Eduardo Leite mantêm perfis no aplicativo favorito dos internautas mais jovens. Na contramão, o ex-ministro da Justiça do próprio Bolsonaro Sergio Moro abre mão até do Facebook – ele tem perfis oficiais somente em duas redes até agora: Instagram e Twitter.

6 imagens
Ex-presidente Jair Bolsonaro
Janja e Lula apareceram felizes em foto no Ceará
Ciro Gomes (PDT)
Eduardo Leite nasceu em 10 de março de 1985, em Pelotas, e está no PSDB desde 2001
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)
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Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro

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Ex-presidente Jair Bolsonaro

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Janja e Lula apareceram felizes em foto no Ceará

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Ciro Gomes (PDT)

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Eduardo Leite nasceu em 10 de março de 1985, em Pelotas, e está no PSDB desde 2001

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Governador de São Paulo, João Doria (PSDB)

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Análise

O pesquisador Paulo Rená da Silva Santarém, do grupo Cultura Digital & Democracia, afirma que número de seguidores não é a única variável a ser analisada numa estratégia digital, mas avalia que não há dúvidas de que Bolsonaro está na frente dos adversários nesse quesito e que o mandatário é o presidenciável mais dedicado a aumentar a presença na internet.

Os poréns

Santarém pontua ainda que o número de seguidores de Bolsonaro – e dos outros – pode ser inflado com perfis falsos, além de existir uma redundância entre perfis de uma mesma pessoa que segue mais de uma rede do político. “Como a base de Bolsonaro é bem coesa e usa muito o recurso das redes sociais, é possível que ele tenha mais redundância do que os adversários”, assinala o pesquisador.

“Além disso, não sabemos a quantidade de perfis inautênticos. Sabemos que existem, mas não a porcentagem. E não sabemos também quantos dos seguidores são efetivamente eleitores. Há crianças e adolescentes, há pessoas que se mudaram para o exterior e podem não se inscrever para votar. Enfim, há uma série de poréns, mas eles não chegam a afetar o fato de que Bolsonaro está à frente de seus adversários na estratégia digital”, conclui Santarém.

O risco de banimento

Outras características das redes sociais do mandatário da República são agressividade e difusão de desinformação e notícias falsas, comportamentos que ameaçam a própria existência do político no mundo virtual. Nesta semana, o Metrópoles mostrou que apenas o YouTube já excluiu 33 vídeo-postagens de Bolsonaro devido ao descumprimento de regras da plataforma.

Também por causa da difusão de fake news, a CPI da Covid-19 no Senado foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir que o presidente do Brasil seja banido das redes sociais. De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, o maior temor de Bolsonaro em relação à sua competitividade em 2022 é de ser banido de alguma das principais redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter. Por isso, este foi o ponto do relatório da CPI de maior preocupação para a equipe jurídica do titular do Planalto.

Na avaliação do presidente, informa Amado, seu canhão de comunicação nas redes é seu grande trunfo eleitoral para a reeleição, e os esforços para que seus seguidores mudem para plataformas que permitem o fluxo livre de discursos de ódio e desinformação, como o Parler e o Gettr, ainda têm baixa adesão, como registra o quadro acima.

O livre uso do aplicativo Telegram também é considerado essencial para o chefe do Executivo federal, já que o WhatsApp tem aumentado o cerco ao encaminhamento e envio em massa. Por isso, o Planalto segue atento ao risco de o aplicativo vir a ser proibido no Brasil, devido à falta de regras de uso contra conteúdo falso e de ódio e pelo fato de a empresa não ter escritório no Brasil.

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