Bolsonaro: “Talvez não indicasse Barra Torres se tivesse convivência”
O presidente da República afirmou nesta segunda que é preciso ter afinidade para fazer indicações a cargos
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na noite desta terça-feira (10/1) que precisa ter afinidade com as pessoas que vai indicar a cargos políticos: “Não basta currículo “, afirmou, em entrevista à Jovem Pan. O chefe do Executivo federal aproveitou a ocasião para criticar o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres: “Se tivesse tido convivência, talvez não não o indicasse”.
Ao responder questionamento de uma das repórteres da emissora sobre a renovação do Supremo Tribunal Federal (STF), com dois ministros indicados pelo presidente da República, Bolsonaro disparou: “O Kassio Nunes Marques (ministro do STF) tinha dois anos que o conhecia quando o indiquei. Eu sabia como ele ia proceder dentro das mais variadas pautas dentro do STF , assim como o André Mendonça (também ministro, indicado por Bolsonaro)”.
Dentro dessa temática, Bolsonaro voltou a tratar da polêmica com Barra Torres: “Eu não tinha conhecimento da vida pregressa do Barra Torres. Sabia da vida dele como militar, oficial da Marinha, que não tinha nada a ver. Não tinha convivência com ele. Se tivesse, talvez não o tinha indicado”, frisou em entrevista.
Na entrevista, Boslsonaro disse que as agências reguladoras foram “aparelhadas” no passado e que o presidente da República é obrigado a negociar com os senadores os nomes que vão dirigi-las.
“No passado, quase tudo era negociado. De nossa parte, de cada dois nossos, entra um do lado de lá. E comum a gente ver agências criando dificuldades para vender facilidades (…) Não quero acusar a Anvisa de absolutamente nada, agora que tem alguma coisa acontecendo, disso não há a menor dúvida”, insistiu.
Polêmica
Os dois trocaram farpas após Bolsonaro disparar contra a agência e seus diretores e servidores devido à aprovação da vacinação de crianças contra a Covid-19 para crianças de 5 a 11 anos: “O que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse daquelas pessoas taradas por vacina? É pela sua vida, pela sua saúde?”, questionou o chefe do Executivo federal.
Barra Torres respondeu com nota pedindo que Bolsonaro investigue a Anvisa, se suspeita de corrupção.
“Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, senhor presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar. Agora, se o Senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate”, cobrou Barra Torres.