Bolsonaro sobre tratamento precoce da Covid-19: “Vamos parar de politizar”
Presidente já disse ser favorável à administração de medicamentos sem eficácia comprovada contra o coronavírus
atualizado
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Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira (14/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a questão do tratamento precoce contra a Covid-19 está sendo politizada.
“Estamos com um problema sério em Manaus. Tratando à noite, de madrugada. Agora tivemos uma informação, não sei se é verdade, vou confirmar se é verdadeira ainda, que o PSol teria entrado com uma ação na Justiça para que os prefeitos não deem o tratamento precoce ao pessoal que procurar a saúde… É, se for verdade isso aí, se for verdade, pelo amor de Deus. Eu acho que está na hora de parar de politizar esse negócio aí.”
O tratamento precoce a que se refere o presidente é a administração de medicamentos sem eficácia comprovada no combate à Covid-19, tais como hidroxicloroquina, Annita e azitromicina.
Na terça-feira (12/1), os deputados Marcelo Freixo (PSol-RJ) e Alexandre Padilha (PT-SP) acionaram o Ministério Público para que o Ministério da Saúde explique ofício enviado à Prefeitura de Manaus em que cobra o uso de medicamentos sem comprovação para o combate ao novo coronavírus.
Em janeiro, o Amazonas tem registrado novos recordes de internações decorrentes da Covid-19, com aumento expressivo do número de casos e óbitos. Na noite de quarta-feira (13/1), a Justiça Federal do Amazonas suspendeu as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no estado.
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro também afirmou que o trabalho de chefe do Executivo “não é fácil”.
“Tem gente que acha que ser presidente, ser governador, ser prefeito, é para comemorar. Não é para comemorar. É um tempo que você vai passar trabalhando, se quiser obviamente, né, trabalhando para o próximo. Não é fácil”, assinalou.
O vídeo da conversa do mandatário com simpatizantes foi divulgado no YouTube por um canal alinhado ao presidente e possui cortes e edições.
Saída do presidente do Banco do Brasil
O titular do Planalto ignorou uma pergunta sobre a saída do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, que vem sendo aventada desde quarta-feira (13/1).
Um dos fatores que pode ter contribuído para a possível queda de Brandão foi o anúncio de reformulação feito pela instituição financeira na segunda-feira (11/1). Em comunicado, o BB afirmou que abriu programa de demissão voluntária (PDV) e que encerraria a atividade em 361 unidades, entre postos de atendimento, escritórios e agências.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tenta reverter a intenção do presidente de tirar Brandão do cargo.
Com a possível saída, as ações do BB caíram 4,7% na bolsa brasileira. Brandão saiu do HSBC, onde estava desde 2003, para substituir Rubem Novaes, que deixou a presidência da instituição em setembro. Quando pediu demissão, em julho, Novaes afirmou que a causa era o entendimento de que o banco “precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.