Bolsonaro sobre esfaqueamento no Rio: “Se estivesse armado, atirava”
Segundo o presidente, ele está preparando um projeto de lei para colocar fim aos processos sobre as mortes praticadas por policiais
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que a ação do policial que atirou na perna do morador de rua Plácido Moura, após ele ter esfaqueado três pessoas na Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, não foi a mais correta. “Se eu estivesse armado ali, teria atirado naquele cara. O próprio policial, quando chegou depois, atirou na perna. Eu teria atirado no meio dele”, disse o mandatário da República em entrevista à jornalista Leda Nagle.
“A gente vê, de vez em quando, o cara leva um tiro na perna e reage ainda”, justificou o chefe do Executivo federal, ao comentar a ação policial ocorrida no último dia 29 de julho na capital fluminense.
Plácido Moura esfaqueou o engenheiro João Feliz de Carvalho Napoli, a namorada dele, Caroline Moutinho, e o professor de educação física Marcelo Henrique Correa Cisneiros Reis. O morador de rua só parou os ataques ao ser baleado por policiais e levado, sob custódia, para o Hospital Miguel Couto.
Bolsonaro informou que está preparando um projeto de lei para colocar fim aos processos sobre as mortes efetuadas por policiais durante o seu trabalho. “Estou ultimando um projeto aqui”, disse. “Vai ter dificuldade para aprová-lo”, antecipou o presidente.
“Mas não tem outra alternativa. Temos que dar uma retaguarda jurídica para as pessoas que fazem a segurança: policial civil, militar, federal, rodoviário, em operação. Esses caras têm que usar aquela marca aqui na cintura, ir para casa e, no outro dia, ser condecorado, e não ser processado”, destacou o titular do Palácio do Planalto.
“Está desequilibrado. O bandido tem mais direito do que o cidadão de bem”, disse o presidente. “O policial tendo a garantia que não vai ser preso, não vai sofrer processo, o bandido pensa duas vezes em fazer uma besteira”, argumentou Bolsonaro.
Entre outros assuntos, disse que a violência caiu em torno de 24% só com sua chegada ao poder, não especificando a que números estava se referindo ou a influência de seu governo sobre essa questão. “Só com a nossa presença em Brasília, do ministro Moro (Justiça e Segurança Pública), dos ministros como um todo, dando exemplo, diminuiu a violência em torno de 24%”, analisou o presidente.
Na entrevista, Bolsonaro disse ainda que não está preocupado com a questão da governabilidade, comparando-se com a relação que os governos que o antecederam tiveram com o Congresso Nacional. “Qual a governabilidade de Temer, Lula e Dilma? A que levou esses presidentes? Um está preso. É essa forma de governabilidade, outra está ensacando vento e outro está com processo”, disse.
Em momento de descontração, o presidente disse também que abusa da alimentação comendo doces e gordura, mas que acabou abrindo mão de seu matinal pão com leite condensado, por não poder mais ir ao “mercadinho” e ser controlado por sua mulher, Michelle, para não comer mais leite condensado. “Eu não faço mais compras e a minha esposa sempre me policiou para não ter leite condensado”, concluiu.