Bolsonaro sobre ação letal na Vila Cruzeiro: “Parabéns aos guerreiros”
A operação da Polícia Militar e do Bope teve como objetivo prender líderes do Comando Vermelho. Pelo menos 22 pessoas morreram
atualizado
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Em uma publicação no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro (PL) parabenizou a ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro, na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, que deixou ao menos 22 mortos.
“Parabéns aos guerreiros do Bope e da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa”, escreveu o mandatário.
Veja:
– Lamentamos pela vítima inocente, bem como pela inversão de valores de parte da mídia, que isenta o bandido de qualquer responsabilidade, seja pela escravidão da droga, seja por aterrorizar famílias, seja por seus crimes cruéis. Boa noite a todos!
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) May 25, 2022
Na publicação, o chefe do Executivo ainda lamenta “pela vítima inocente”, uma mulher de 41 anos, moradora da comunidade da Chatuba, comunidade vizinha, que foi atingida por bala perdida dentro de casa.
Apesar do número de mortos informados terem sido ao menos 22, segundo informações dos militares, do total de óbitos, aproximadamente 12 eram suspeitos de integrar o tráfico de drogas.
Até o momento, conforme a Polícia Militar, 14 vítimas foram identificadas. Saiba quem são:
- Gabrielle Ferreira da Cunha, 41 anos. A mulher era moradora da comunidade da Chatuba, vizinha à Vila Cruzeiro, e foi vítima de bala perdida dentro de casa.
- Patrick Andrade da Silva, o PT. Segundo a Polícia Civil, o jovem, que acabou de completar 22 anos, tinha uma passagem pela delegacia, em 2021, por suspeita de tráfico de drogas e associação ao tráfico
- Eraldo de Noves Ribeiro. De acordo com a PM, é apontado como chefe de tráfico no Pará e foi morto em confronto.
- Geovane Ribeiro dos Anjos, 27. Conhecido como Pinguim ou Do Gelo. Segundo a polícia, tinha três passagens pela polícia. A última, em 2018, foi por suspeita de “ofender a integridade corporal ou a saúde” de outra pessoa, além de resistência à prisão e tráfico de drogas.
- Maycon Douglas Alves Ferreira da Silva, 29. Conhecido como “Maiquim”. Foi condenado em junho de 2021 à pena de 6 anos e três meses de reclusão em regime fechado, após quatro passagens pela polícia por tráfico de drogas e associação criminosa.
- Marcelo da Costa Vieira, 33. Também com várias passagens pela polícia, aguardava julgamento em liberdade. Entre as acusações estavam violência contra a mulher, tráfico de drogas, ameaça e injúria real.
- Sebastião Teixeira dos Santos, 40. Morto em confronto, segundo a PM.
- Carlos Henrique Pacheco da Silva, 23. Morto em confronto, segundo a PM.
- Leonardo dos Santos Mendonça, 29. Morto em confronto, segundo a PM.
- André Luiz Filho (Sdq). Morto em confronto, segundo a PM.
- Roque De Castro Pinto Júnior. Nascido no Amazonas, morto em confronto, segundo a PM.
- Adriano Henrique Rodrigues Xavier, 17 . Natural do Pará. Segundo a polícia, integrava grupos de assaltantes. Era conhecido como Playboy e morreu em confronto.
- Marlon da Silva Costa, 35. Conhecido como Déo. Segundo a polícia, atuava no tráfico local, era natural do Pará e morreu em confronto.
- Homem não identificado. Segundo a polícia, era criminoso
Investigação do MPF
No mesmo dia em que foi deflagrada, nessa terça-feira (24/5), o Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento de investigação criminal para apurar a legalidade da operação policial na Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
O MPF informou que foi avisado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) que a operação ocorreria, em conjunto com a Polícia Militar, com o objetivo de capturar criminosos do Comando Vermelho atuantes nas comunidades do Rio. A operação também contou com o apoio da PRF e Polícia Federal (PF).
O órgão, no entanto, quer saber detalhes de como se deu a ação, como as 22 mortes ocorreram, quantos e quais agentes participaram e se os mandados de prisão foram cumpridos.
O MPF notificou os superintendentes da Polícia Federal e da PRF, e também pediu informações sobre a ação penal e os inquéritos policiais que motivaram os pedidos de prisão dos suspeitos.
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