“Bolsonaro se vacinará quando desejar”, defende Queiroga
Em janeiro, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação do presidente da República
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou, nesta segunda-feira (14/6), que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), vai receber a vacina contra a Covid-19 “quando ele assim desejar”. O chefe do governo, que tem 66 anos, já poderia ter sido vacinado em Brasília no mês de abril, quando o Governo do Distrito Federal (GDF) abriu a possibilidade para pessoas da faixa etária dele. Bolsonaro, porém, tem se recusado a se vacinar e afirmou que será o último a ser imunizado no Brasil.
“Quando ele assim desejar. Na hora que o presidente se sentir confortável ele vai tomar a decisão dele”, defendeu Queiroga, que, em seguida, ressaltou: “O presidente sempre pregou pela liberdade das pessoas, nosso governo é liberal”.
“Eu, como chefe de Estado, vou dar meu lugar a vocês, vou ser o último a ser vacinado. Eu tenho que dar exemplo. Alguns acham que o exemplo é se vacinar. Não: exemplo é dar lugar para quem está apavorado. Tem gente apavorada aí dentro de casa esperando sair depois de ser vacinada”, disse a repórteres na saída do Palácio da Alvorada.
Apesar das declarações críticas à vacina feitas pelo presidente, os ministros têm se vacinado conforme o cronograma de imunização do DF.
Em dezembro do ano passado, o presidente afirmou que não vai se vacinar contra a Covid-19. Em entrevista por telefone ao programa do Datena, da TV Band, ele disse: “Não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”.
Já em janeiro, o Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação de Bolsonaro e às informações sobre as vacinas que o presidente recebeu.
Vacinação 2022
Sobre a vacinação no Brasil, Queiroga ainda afirmou: “Conversamos com o presidente da República e executivos da Pfizer sobre estratégias para o ano de 2022 em relação à vacinação. Essas questões estão no horizonte do ministério, com outras farmacêuticas, como também o caso da Moderna”.
Em relação à produção da vacina nacional, o chefe da pasta disse: “Já temos uma encomenda tecnológica acertada. Fizemos uma videoconferência no Palácio do Planalto com a liderança do presidente e executivos da Pfizer para tratar sobre o ano de 2022. Ainda não foi decidido, é uma tratativa que estamos começando agora com vistas a ter uma programação bem definida, já que o ano que vem planejamos não ter um ambiente pandêmico. Seria dentro do calendário vacinal normal do PNI. Até porque as evidências científicas vão sendo construídas, também em relação ao possível reforço”.